Divulgação

Um exercício clássico de lógica conta que um viajante estava numa região habitada por duas tribos. Uma que só falava a verdade e outra que só falava mentiras. Ambas eram muito agressivas e, quase sempre, faziam dos visitantes o cardápio da noite. Esse viajante precisava encontrar o caminho que o levaria à cidade, e à segurança.

Para isso, ele teria que decidir numa bifurcação qual caminho tomar. E para saber o caminho certo, teria direito a apenas uma pergunta para o membro de uma das tribos, que ali estava.

A resposta do desafio será dada ao final do texto.

Mas a questão aqui é que num cenário VUCA (sigla que define, em inglês, o conjunto de tensões da vida contemporânea – Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity), é cada vez mais comum nos depararmos com decisões como essa.

E antes fossem apenas binárias. Mas o C da sigla é inexorável.

Cada vez mais lidamos com diversas dimensões a um só tempo. E para quem trabalhou a vida profissional inteira com planejamento, o desafio é inominável.

Mas quem não se adapta sai do jogo. Então, temos mesmo é que lidar com a realidade à nossa volta.

Planejar comunicação hoje é pensar o médio e o real time juntos. É olhar o contexto, as conversas, os fluxos, e operar em cima deles.

Contudo, Alice nos alerta que precisamos saber onde queremos chegar. Ainda que ao longo do caminho possamos ajustar esse alvo final, é preciso ter um rumo.

As marcas precisam definir o seu lugar tentativo no futuro ao qual chegarão por caminhos diversos, adaptando, ajustando, associando-se a antigos concorrentes, deixando certezas pela jornada.

Flexibilidade, resiliência, empatia e consistência são alguns dos valores das marcas deste tempo, que nem sempre estiveram presentes nos últimos anos.

Cabe a nós, profissionais de comunicação, avaliarmos todos os momentos das marcas para nos certificarmos que estamos indo numa direção adequada.

E para fechar, a pergunta a ser feita ao ilustre membro da tribo postado na bifurcação é: se você fosse um membro da outra tribo, que caminho você me indicaria? O caminho que ele indicar, pega-se o outro. Explicando: se ele for da tribo dos que só falam mentiras, ele vai agir como mentiroso e não como membro da tribo que fala a verdade. E se ele for da tribo que só fala a verdade, ele vai agir como mentiroso. Portanto, o outro caminho é a escolha.

Por Marco Antonio Vieira Souto, CEO da Artplan Rio de Janeiro