Otimização eleva a produtividade, mas espera-se que os líderes sejam também bons administradores dos recursos humanos (Rawpixel/ Freepik)

O profissional de gerenciamento de projetos é responsável por cerca de 30% da força de trabalho das empresas no Brasil. Em 2021, esse contingente somava cerca de 17 mil profissionais. De acordo com o estudo Job Growth and Talent Gap 2017-2027, elaborado pelo Project Management Institute (PMI), as companhias precisarão de aproximadamente 88 milhões de profissionais capacitados para a função, refletindo um crescimento de 33% da atividade ao longo dos próximos seis anos globalmente.

“O Brasil é o quarto país que mais demanda profissionais qualificados na gestão de projetos. China e Índia terão o maior crescimento, seguidas pelos Estados Unidos”, informa Ricardo Triana, diretor-geral do PMI para o Brasil e América Latina, que intensifica ações de capacitação no mercado nacional.

Fortalecer a capacidade de reação diante das incertezas aceleradas pela pandemia da Covid-19 se torna premente e a área de projetos pode ser uma aliada, especialmente no mercado da comunicação. Estima-se que 5,5 milhões de vagas sejam criadas nos setores de serviços de informação e publicidade em todo o mundo.

Ricardo Triana, do PMI no Brasil e AL (Divulgação)

Ao centralizar funções relacionadas à gestão dos trabalhos, o gerenciamento de projetos consegue otimizar recursos, aumentando a produtividade das empresas. “Temos a responsabilidade de refletir sobre as implicações para os negócios, governos e sociedade”, comenta Triana. A orientação do executivo é identificar stakeholders, expectativas e problemas ligados a recursos, custos, comunicação e decisões. “Não tente implementar um modelo único, que se encaixe em tudo”, sugere.

Outra pesquisa do PMI, o Global Pulse of the Profession 2021, aponta que 61% dos profissionais relataram ganho de produtividade em suas organizações. Aproximadamente 73% dos projetos cumpriram as metas contra 69% em 2020; 62% ficaram dentro do orçamento versus 59% no ano passado; e 55% foram concluídos a tempo ante 53% em 2020.
“A proposta é formar grupos de gestão de projetos a partir de equipes funcionais, ultrapassando as áreas de finanças, RH e jurídico, entre outros”, orienta Triana.

São os chamados changemakers, ou agentes de mudança, dotados de uma visão integrada do projeto. O aspecto pessoal tem cada vez mais relevância no perfil dos profissionais, que precisam ter flexibilidade e assertividade na entrega de valores. Mas o trabalho não se resume à busca por lucros. Espera-se que os líderes sejam bons administradores dos recursos humanos. “O futuro do trabalho é baseado em projetos”, defende Triana.
Adepto da mentalidade global project economy, o executivo lembra que “as habilidades baseadas em projetos são essenciais para ajudar a transformar ideias em realidade”, acrescenta.

O PMI pretende lançar produtos, serviços e canais para aumentar a relevância da comunidade de gestão de projetos no Brasil e na América Latina, incluindo cursos e certificações como o Organizational Transformation: Foundation, Disciplined Agile, Citizen Developer e o Wicked Problem Solving.