A quantidade de coisas que tenho para fazer e pensar cresceram exponencialmente desde que assumi uma equipe criativa de 30 pessoas e tive um filho, bastante criativo também, que já tem um ano e meio. Isso fez do meu dia um circuito de estímulos e hyperlinks sem fim. Não consigo mais parar e me concentrar para buscar novas referências: elas surgem como estímulos de todas as partes que aproveito e vou linkando um no outro. É como se eu acordasse ouvindo o começo de uma história, que vai ter um desfecho surpreendente só antes de eu dormir.
Nessa nova rotina, tenho o hábito de ouvir podcasts toda manhã, que são fonte interminável de referência, notícia, informação e opinião. Escuto os brasileiros, a exemplo do Mamilos (da Ju Wallauer e da Cris Bartis), mas também muitos americanos, que são superbem produzidos e com editorias tão diversas quanto se pode imaginar. Acho um formato muito conveniente de consumo de conteúdo e entretenimento para pessoas que, como eu, têm uma agenda muito cronometrada. Audiobooks se enquadram na mesma categoria e têm ficado cada vez mais interessantes e com requintes de espetáculo. Recomendo fortemente.
Durante meu dia de trabalho, a maior parte da inspiração vem do contato com mulheres que admiro e constantemente me desafiam a ser uma profissional melhor. Algumas delas aparecem no mosaico que abre este texto. Com certeza há muitas outras – especialmente o time de mulheres da Mutato, que prefiro citar aqui como um coletivo, para que nenhuma delas fique de fora. São mulheres que me contam de projetos, ideias, mostram sua forma de encarar o dia a dia de trabalho com força e determinação. Pessoas que, a cada encontro, me deixam renovada. Existe uma nova geração incrível de profissionais mulheres que vêm para ocupar um espaço como nunca se viu. Abram caminho para elas!
Por trabalhar com conteúdo e entretenimento para marcas – e editorialmente também – há muitos anos, tenho o consumo de filmes, séries, documentários e programas de TV como parte da minha rotina, até mais que exercício físico (risos nervosos). Ainda mais no contexto atual, em que tanto eu como meu marido trabalhamos com conteúdos de social para a Netflix e é fundamental conhecer o que está na plataforma – e fora dela. Vou citar She’s Gotta Have It, do Spike Lee, como uma das séries recentes que estamos vendo e gostando muito. Nola Darling é mais uma dessas mulheres que adoraria encontrar no meu dia. Certamente penduraria um quadro dela na minha parede. Mas a verdade é que vejo de tudo, com destaque especial para vários documentários sobre alimentação saudável (já vi tantos que sou capaz de prever, de cara, o que cada um deles vai dizer).
E é claro que vou citar o meu filho como uma inspiração. Ele é o cara! E falando dele de uma maneira mais ampla, as inspirações são constantes quando olhamos para o que as novas gerações estão querendo, sentindo, experimentando e questionando. Quando tenho uma pessoa recém-formada no meu time, sinto como se eu fosse uma repórter entrevistando ela o tempo todo. O mesmo vale para quando fazemos um projeto que dá voz às meninas da nova geração, como foi em Repense o Elogio. É dessa turma que veremos surgir grande parte dos insights e reinvenções que guiarão nosso trabalho (e nosso mercado) daqui pra frente.
Fernanda Guimarães é diretora executiva de criação da agência Mutato
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