Rovena Rosa/Agência Brasil

O que Ford, Visa, Petrobras, Globo, Otima e outras empresas de diferentes segmentos viram na Campus Party? Em uma palavra: futuro. Em várias, a oportunidade do olho no olho com novos consumidores, oxigenar as companhias e trocar ideias com quem está com a mão na massa literalmente 24 horas por dia. Como um canal direto com jovens empreendedores e startups, o evento atrai ano a ano marcas interessadas em dormir e acordar com os campuseiros.

O festival, realizado semana passada, em São Paulo, chegou ao seu 11º ano no Brasil como um ambiente mais fértil para elas. Entre os atuais patrocinadores estiveram Ford, Visa, Petrobras, IBM, Grupo O Boticário, Fini, TNT Energy Drink e Cup Noodles. Chilli Beans e Maurício de Souza Produções são alguns dos apoiadores, e Globo, Otima, Elemidia e Cartoon Netwoork integram os media partners.

Parceira do evento há seis anos e com edições em São Paulo, Salvador, Brasília e Recife, a Ford vê a Campus Party como o paralelo mais próximo da CES (Consumer Eletronics Show), que ocorre em Las Vegas. Segundo Fernão Silveira, diretor de comunicação da Ford Brasil e América do Sul, a cadeia de pensamento e discutir inovação para diversos públicos tornam o evento uma grande plataforma para falar de mobilidade urbana e se falar com jovens.

Entre as atividades nesta edição, destaque para a primeira apresentação pública do Ford Mustang, que chega este ano ao país; o simulador do Boné Alerta, que busca evitar acidentes causados pelo cansaço ao volante; e workshops sobre realidade virtual. As novidades somam ao histórico da marca no festival, bem como aumentam a sinergia com seu público. Para o executivo, isso tudo torna o evento altamente estratégico e valioso.

“Tivemos uma evolução do aprendizado de como maximizar nossa presença e tirar o máximo dessa experiência, para a Ford e para os campuseiros. Sempre levamos a estação do SYNC, nosso sistema principal de conectividade, entretenimento, GPS, serviços, com especialistas nele para desafios e chamar os campuseiros para ajudar a desenvolver usabilidade. Já o Mustang é uma plataforma de tecnologia fantástica. Não é só um rostinho bonito. Tem mensagem e aderência com o público”, diz.

Gustavo Scatena/Globo

Media partner, a Globo levou um pouco da TV para seu quinto ano na Campus, reconstruindo cenograficamente dois quadros do Tá no Ar: A TV na TV para um jogo de enigmas. Em um dia, mais de 500 pessoas já haviam brincado. Outra ativação foi o Agarra Prêmio, que dava os vencedores assinaturas de seis meses do Globo Play. Na parte de conteúdo, ela fez uma série palestras nas áreas paga e grátis da feira. Um dos painéis falou dos efeitos visuais de Deus Salve o Rei e houve mesas sobre e-sports, empreendedorismo e jornalismo de dados.

Viridiana Bertolini, gerente de desenvolvimento institucional da Globo, destaca que a ideia foi transportar um pouco do conteúdo da Globo para algo presencial, de vivência e experiência. “Mesclamos entretenimento com conteúdo. A área de responsabilidade social tem um braço de relacionamento com o público jovem. Mapeamos eventos estratégicos para nós, como esse, a Comic Con Experience e Brasil Game Show, para trocar, sentir e ouvir o que está ocorrendo nas novas gerações. Nossa área olha muito para tendências, universo criativo e inovação. É fundamental estar na rua”.

Leandro Martins

A Visa vê a Campus como um grande laboratório e levou para seu terceiro ano como patrocinador a aposta no punk rock e no conceito do it yourself. Seu estande, com elementos de garagem e referências ao gênero musical, destacou soluções como pagamentos contactless, tokenização e Visa Checkout. Além disso, a empresa fez workshops, palestras e um hackathon sobre a experiência contacless, com mentoria de executivos e especialistas. Percival Jatobá, VP de produtos da Visa do Brasil, explica que o conceito é fruto de uma percepção de mercado e visão de mundo. 

“A evolução tecnológica é diferente do que no passado. Havia começo, meio e fim muito bem definidos. Hoje as coisas são paralelas e ninguém domina o ciclo. Por isso fazemos analogia com o punk rock, que rompeu a tradição de que a banda precisava de gravadora e contrato para ter sucesso. Os caras iam para a garagem, compunham, saiam para tocar e ganhavam o mundo. É o que os jovens estão fazendo. Ninguém espera que a inovação ocorra, está todo mundo desenvolvendo. Queremos nos conectar com esse universo. Não que grandes empresas não façam parte dele, mas fazem conjuntamente nesse ecossistema. Não existe mais a pretensão de fazer algo sozinho”.

A Campus Party já passou por mais de 15 países. Além de São Paulo, no Brasil em 2018 ela passará por Natal, Bahia, Brasília e Belo Horizonte. Segundo Tonico Novaes, diretor-geral da CPBR, com quase 537 mil campuseiros cadastrados no mundo, cerca de 200 mil são no país. “E isso diz muito.”

Alê Oliveira

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