O publicitário Washington Olivetto participou esta semana do V3A Talks, ao lado de Abel Gomes sócio, CCO, vice-presidente de criação da SRCOM, e Victor Vocos Camargo, sócio e diretor executivo da V3A.

“Não existem mais as palavras publicidade e publicitário. Hoje temos profissionais de comunicação, que atuam de maneira muito mais ampla. E eles podem fazer, inclusive, quando necessário, o que chamamos de publicidade. Mas há tempos, desde antes da pandemia, este profissional é um criador de soluções para cada problema. E essa potência criativa é ainda mais forte e necessária durante uma pandemia”, definiu Olivetto.

A live mediada por Victor Vocos também abordou as tendências e previsões dos profissionais convidados para o que há de vir no médio prazo no que diz respeito às produções de experiências, live marketing, entretenimento, publicidade e comunicação.

Para Olivetto, “vivemos uma crise de criatividade constrangedora para o Brasil”. “Nesta época data driven que vivemos é evidente que precisamos olhar, quantificar e metrificar dados. Mas quanto mais tecnológicos estivermos, mais amadores das grandes ideias devemos ser. Sem a emoção que só as grandes ideias podem provocar, não sairemos do lugar”, afirmou.

Abel Gomes fez concordou. “Se uma ação, evento, campanha ou anúncio não tocar o público, nada acontece. Pode ser lindo e maravilhoso, mas o grande valor está na emoção que despertamos. Temos que perseguir isso sem trégua. Um simples acender de luz ou acorde no momento exato durante um evento, pode despertar uma emoção que ficará registrada para sempre”, afirmou o realizador das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Em uma era na qual o surgimento de novas mídias e ferramentas tecnológicas é exponencial, Olivetto e Gomes defendem que a tecnologia deve estar a serviço da criatividade, e não ao contrário.

“É fundamental pensarmos que os veículos da comunicação atrelados à emoção, como a TV e o cinema, são sagrados. Continuarão sendo, independente das mídias que surgirem. O surgimento de algo novo não invalida a existência de algo bom que já existia. Ao contrário, se complementam”, afirmou Olivetto. Que prosseguiu dizendo que “com a tecnologia, podemos realizar qualquer coisa que a gente pense, tudo é materializável. É lindo termos a possibilidade da forma para expressar qualquer conteúdo, mas é péssimo usarmos a forma para expressa a falta de conteúdo”.

Abel Gomes reforçou que “não adianta termos a tecnologia pela tecnologia, isso não resolve. A criatividade deve estar acima de tudo, sempre. Para gerar resultados temos que seduzir”.