O ano caminha para o seu fim, esta é a penúltima edição impressa deste ano do PROPMARK, a inflação de novembro foi a menor dos últimos tempos (0,28%) e há um otimismo surgindo no horizonte em relação a 2018.

Ouvidos pelo PROPMARK, dirigentes da indústria da comunicação acreditam que o próximo ano marcará verdadeiramente o início da retomada, mas apontam para as eleições de outubro como um paradigma para o futuro do país.

Esses mesmos dirigentes, instados pelo editorialista, ainda não sabem em quem votar para presidente da República, diante de todos os candidatos a candidatos que têm surgido no noticiário político brasileiro, ainda como balões de ensaio, pois as convenções partidárias não foram realizadas.

Esse é para nós o “x” da questão: o esforço do atual governo em melhorar a economia, em que pesem os aspectos negativos do mesmo, e a colaboração que a população vem emprestando à rearrumação do país podem não ser suficientes para uma caminhada a largos passos em direção a um futuro próximo melhor.

O caldo entornará se as eleições presidenciais derem a vitória a um candidato, seja ele quem for, que não consta do otimismo que toma conta dos brasileiros, ainda que de forma moderada. E esse é um dado até curioso, pelo menos até aqui, pois se a maioria aposta na melhoria do país, deve estar ciente que esta só ocorrerá se, até exagerando para o bem do Brasil, houver um pacto no sentido de não se reeleger ninguém nas próximas eleições. Mas, apenas isso – que já seria um dado importantíssimo para o nosso futuro –, também não elegermos os nomes de sempre, que entram e saem do governo em todos os seus níveis, com a mesma habitualidade com que frequentam os postos de comando da nação.

O Brasil precisa se renovar politicamente e o mais urgente nisso é a renovação dos nossos quadros dirigentes, daqueles que não podem mais se repetir na chefia do Executivo dos diversos quadros do país.

Ou renovamos a partir das próximas eleições, ou correremos o risco da eterna repetição dos erros que nos assolam desde há muito e produziram a maior crise político-social-econômica dos últimos 30 anos em nosso país.

 

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O que precisa ser imediatamente aprovada, para melhor garantirmos nosso futuro, é a reforma da Previdência. Sim, há muitos interesses envolvidos na não reforma, mas o objetivo maior deve prevalecer: não havendo a reforma, em pouco tempo os atuais aposentados não terão mais como receber integralmente seus proventos.

Qualquer matemático dos primeiros anos escolares tem conhecimento dessa equação a curto prazo. Lembra muito aquela expressão dos anos 1950: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. Sem dúvida, diminuímos graças à ciência os efeitos predatórios da saúva. Mas, para os males da Previdência atual, que não cabe no orçamento da Fazenda Pública, o remédio é mais político do que científico, embora a política também seja uma ciência: rearranjo imediato nos benefícios, como quer o governo, ou a repetição lá adiante – e não muito distante – do que ocorreu na Grécia e em Portugal, onde muitos acabaram perdendo cem por cento dos direitos adquiridos. Um litro d’água não cabe em um vasilhame de meio litro. Simples assim.

Bem a propósito, chamamos a sua atenção, leitor, para o Fórum Estadão sobre esse delicado e necessário tema da reforma da Previdência, que se realizará nesta segunda (11), no auditório do jornal em São Paulo, no período da manhã.

Importantes personalidades discorrerão sobre o assunto, como José Marcio Camargo (PUC-RJ), Paulo Tafner (Fipe), Marcos Lisboa (Ínsper) e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Previdência da República, Wellington Moreira Franco.

As inscrições poderão ser feitas através do site www.estadaoeventos.com.br/reforma.

 

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Nossa matéria de capa aborda importante e atual tema sobre a baixa presença das mulheres nos cargos de liderança da publicidade aqui no Brasil.

Nossa reportagem foi ouvir as que estão no topo, selecionando as de maior ocupação nessa liderança, como Gal Barradas, Christina Carvalho Pinto e Joanna Monteiro.

Nestes tempos de empoderamento feminino (o termo tem sido criticado até pelas mulheres, mas é ainda a palavra-chave que melhor define uma luta que não é de hoje, mas tem obtido bons resultados mais recentemente), tem se firmado o compromisso tácito de que capacidade e talento não têm gênero.

Trata-se de uma conscientização mundial, um pouco mais demorada para chegar em países até há pouco chauvinistas como o nosso. Temos de reconhecer, entretanto, que, graças a muitas lutadoras que tivemos e prosseguimos tendo, a mulher tem se equiparado ao homem em funções empresariais e profissionais, além de outras vertentes de atividade, de tal forma que, em um futuro muito próximo, cairá em completo desuso esse tipo ainda latente de discriminação.

 

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Este Editorial é em homenagem a Kelly Dores, que com raro brilho tem dirigido a Redação do PROPMARK, comandando outras importantes mulheres que formam a maioria dos jornalistas encarregados de semanalmente entregar a você, leitora e leitor, este vitorioso impresso do PROPMARK, com 52 anos de circulação ininterrupta e desde há muito também em versão online.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).