A Riotur publicou no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro nas últimas duas semanas convocações para empresas interessadas em patrocinar as duas maiores festas populares do Rio de Janeiro: o Réveillon e o Carnaval de 2018. 

No caso do Réveillon, a Riotur abriu a convocação para empresas interessadas em patrocinar a festa na Praia de Copacabana e em outros palcos espalhados pela cidade, que cobrirá 12 dias – de 26 de dezembro de 2017 a 6 de janeiro de 2018. Foram disponibilizadas sete cotas de patrocínio, sendo uma para um apresentador máster. A prefeitura espera arrecadar R$ 30 milhões e uma empresa será selecionada para produzir o evento. A festa também será televisionada de maneira inédita para o resto do mundo e, após a queima de fogos, haverá um grande show internacional. A entrega das propostas é no dia 7 de agosto.

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No caso do Carnaval, as propostas para aquisição das 13 cotas de patrocínio (uma de R$ 20 milhões, duas de R$ 8 milhões e dez de R$ 2 milhões cada) devem ser entregues em sessão pública na Riotur, em 15 de agosto, às 15h. A intenção é ampliar o volume de patrocínios privados à grande festa, inclusive o desfile das Escolas de Samba na Sapucaí. De acordo com o documento, o “chamamento público” contempla a festa em seus eventos de destaque, como o desfile de Blocos de Embalo e Enredo na Avenida Chile, o desfile da Intendente Magalhães, o Baile da Cinelândia, o Terreirão do Samba, Palcos e Bailes Populares, os Blocos de Rua e algumas propriedades no desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.

Marcelo Alves, presidente da Riotur, explica que, no ano que vem, a intenção é dar maior visibilidade às empresas patrocinadoras, estendendo a festa para dez dias, com vários shows musicais, entretenimento e demonstrações artísticas. Também foi criado um plano de mídia nacional para os três meses anteriores ao evento. “Quando se faz uma festa para mais de 6 milhões de pessoas durante uma semana, é claro que as marcas querem participar. Mas querem participar tendo retorno. Têm interesse pela exposição e pelo consumo. O que fizemos foi um grande planejamento estratégico de marketing, cujas marcas terão um grande retorno”, explica.

Nos últimos seis anos, o Carnaval trabalhava com o chamado “Caderno de Encargos”, em que patrocinadores se responsabilizavam por custos operacionais como a limpeza. A visibilidade no Carnaval de rua, por exemplo, acabava contemplando uma única empresa patrocinadora máster – no caso a Antarctica – e a organização da festa teve durante estes anos uma única empresa organizadora, a Dream Factory. O formato gerava polêmica e reclamações principalmente dos blocos de rua, que não podiam buscar outros patrocínios para melhorar a infraestrutura de seus desfiles.

Alves afirma que, no ano que vem, haverá muito rigor em relação às marcas com visibilidade na festa de uma maneira geral. “Marcas usam e abusam do marketing de emboscada, e seremos rigorosos com as que não forem parceiras nesse nosso grande projeto de marketing”, avisa. No caso das escolas de samba, no lugar de receber R$ 2 milhões da prefeitura, como no ano passado, cada escola receberá R$ 1 milhão do poder público e R$ 500 mil de patrocinadores. Com menos dinheiro, terão de se adaptar e ter menos carros alegóricos: cinco no lugar de seis, volume máximo permitido até o ano passado.