Marcelo e Ygor: muitos clientes se arrependeram de não ter investido mais no temaO sucesso da Copa do Mundo no Brasil, que está recebendo elogios da mídia internacional e da própria Fifa, melhorou o humor geral dos brasileiros, começou a refletir no mercado publicitário e a influenciar até as expectativas econômicas e políticas. Até agora, os números relacionados ao Mundial são todos positivos, basta ver os recordes de audiência das TVs, rádios e redes sociais.

Pesquisa Datafolha divulgada na última semana mostra que a proporção de eleitores favoráveis à Copa no país subiu de 51% para 63% em um mês; a avaliação do governo variou positivamente, de 33% para 35%, e agora 30% acham que a economia do país irá melhorar – em julho, eram 26%. No mercado de comunicação, a aposta é de que a Copa, que termina no próximo dia 13, vai gerar oportunidades ao longo do ano.

“A Copa movimentou poucos negócios para a agência. Ficou todo mundo com receio de investir, com exceção dos patrocinadores que investiram forte e agora estão felizes da vida. Ninguém sabia o que iria acontecer e, como está tudo indo bem, todo mundo quer pegar pelo menos o rabicho final da Copa. Os clientes estão nos perguntando o que pode ser feito agora e estamos buscando alternativas. E se o Brasil for campeão, a gente vai falar de Copa até o final do ano”, acredita Marcelo Anhuci, diretor de estratégia e eventos da H2OTierra Comunicação.

Ygor Caldeira, sócio-diretor da H2OTierra, afirma que sentiu que muitos clientes se arrependeram de não ter relacionado mais o tema em sua comunicação. “Ficou muita gente com o pé atrás. O pessoal esperava que as manifestações na Copa fossem ser piores do que na Copa das Confederações. E não foi nada disso que aconteceu. Pelo contrário, os números da Copa estão sensacionais, tudo superando expectativas, como audiência, retorno, mídia espontânea, tudo está gerando dinheiro”, reforça o executivo. “O Brasil esqueceu os protestos por um tempo. Eu tenho certeza de que vamos voltar a ter essas manifestações nas eleições, mas na Copa os brasileiros deram uma trégua”, completa Anhuci.

A H2OTierra – o nome não tem nada a ver com a marca de refrigerantes e surgiu antes – completou 10 anos em 2014. Especializada em live marketing, promoção, trade e healthcare, a agência vive um bom momento, afirma Caldeira, com crescimento de 30% nos últimos três anos e faturamento declarado de R$ 7 milhões em 2013 – a projeção é chegar a R$ 10 milhões este ano. “Hoje concorremos com as grandes agências também. Antes, só participávamos de concorrência para mostrar portfólio, mas hoje é diferente. Participamos para ganhar”, diz o executivo.

A agência também planeja voltar, a partir de 2015, a inscrever peças em festivais nacionais e internacionais, tanto trabalhos promocionais como na área de healthcare. “A gente está acelerando um pouco mais o mercado health, com a criação de uma célula exclusiva de atendimento, ao mesmo tempo em que estamos reforçando o lado de live marketing”, conta Caldeira.

Em fase de expansão, a  H2OTierra mudará de sede para um espaço mais amplo na Vila Olímpia, em São Paulo, onde espera abrigar até o final do ano 30 funcionários – hoje são 25. Recentemente, também adotou o posicionamento #levamosparaopessoal para mostrar que põe em prática um atendimento mais personalizado em todas as etapas do trabalho. “O que a gente não quer é perder o tête-à-tête com o cliente. O #levamosparaopessoal parte daí, de não ser uma agência que só recebe o briefing, a demanda, quase um bureau. A gente faz consultoria, quer estar presente no cliente”, destaca Caldeira. Entre os clientes da agência estão HBO, Turner, Telefônica/Vivo, Tokio Marine, Gerdau, Aché e Pfizer.

Legado

Para a Aktuellmix, a Copa já deixou um legado. “Criamos o slogan da Copa ‘Juntos num só ritmo’, organizamos os sorteios para os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo da Fifa 2014, estamos fazendo ações para Oi, Coca-Cola e Johnson & Johnson, patrocinadoras oficiais, e diversas outras ações ligadas ao tema futebol para nossos clientes. Tivemos a oportunidade de nos relacionar com profissionais que já fizeram cinco Copas do Mundo e nos ensinaram muito. O aprendizado que tivemos desde o sorteio da Copa das Confederações até o sorteio da Copa do Mundo foi mais do que um MBA em termos de evento. E, ainda, daqui a 50 anos ainda veremos o slogan escrito nos quatro cantos do mundo. Sem dúvida sentiremos falta de ter sido a capital do mundo nesse período”, afirma o CEO Rodrigo Rivellino.