Que o brasileiro gosta, e muito, de redes sociais já não é novidade por aqui. E no cenário global, também não. Para se ter uma ideia, durante o Carnaval, o Instagram, que tem no Brasil sua maior comunidade de usuários, registrou mais de 235 milhões de interações ao redor do mundo, em cinco dias.
Desse total, 140 milhões partiram de território nacional. Além disso, dados da recém-publicada pesquisa Digital in 2016, produzida pela We Are Social, revelam o país no topo do ranking daqueles que passam mais tempo na internet e no segundo lugar, atrás apenas das Filipinas, no quesito tempo gasto nas redes sociais. O estudo mostra ainda que quase metade da população mundial já tem acesso à internet.
Segundo o estudo, é no mobile que o acesso à web vem crescendo cada vez mais: de 2014 para 2015, globalmente, a conexão via desktop caiu 9%, enquanto que via mobile cresceu 21%. Por aqui, o cenário mostra o brasileiro acessando a internet 5,2 horas por dia via computadores, somando desktop e laptop, e 3,9 horas por dia via dispositivos móveis, o que coloca o país como líder no ranking de tempo gasto na internet.
“Como a gente sempre fala no IAB, digital é um caminho sem volta e o mesmo se aplica para mobile – que não é mais tendência há algum tempo, é uma realidade”, comenta Elisa Pequini, presidente do Comitê de Social Media do IAB Brasil em 2016.
Quando o assunto são as redes sociais, o estudo mostra que o brasileiro gasta, em média, 3,3 horas do seu dia nessas plataformas. Os filipenses, que são líderes nessa categoria, passam 3,7 horas de seu dia nesse tipo de conexão. “O Brasil sempre se destaca nessas pesquisas e, quanto antes as empresas perceberem a importância de pensar a publicidade como conteúdo relevante e não só anúncios, mais destaque elas conseguirão ter neste mundo cada vez mais social”, argumenta Elisa.
Domínio
Numa análise mais profunda das redes socias, o estudo relatou que o Facebook continua a dominar a preferência dos usuários, com mais de 1,5 bilhão de contas ativas no mundo todo, enquanto seu app de mensagem, o WhatsApp, cresceu 50% no ano passado.
Comprovando a onda de crescimento apontada pelo estudo Digital in 2016, o WhatsApp anunciou, no início do mês, que superou a marca de 1 bilhão de usuários pelo mundo – o Brasil responde por cerca de 10% desse total, com aproximadamente 100 milhões de usuários do aplicativo. Dois anos atrás, em fevereiro de 2014, quando foi comprado pelo Facebook por 19 bilhões de dólares, o aplicativo de mensagens tinha 450 milhões de usuários.
“A comunidade do WhatsApp mais do que dobrou desde que se juntou ao Facebook. Adicionamos a habilidade de ligar para os seus entes que estão longe. Derrubamos a taxa de assinatura e tornamos o WhatsApp completamente gratuito. Agora, vamos trabalhar para conectar mais pessoas pelo mundo e facilitar a comunicação com empresas”, afirmou o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, em um post na rede social.
No mundo
Ainda de acordo com o Digital in 2016, quase metade da população do mundo, hoje, está conectada. Mais que isso: 31% das pessoas já usam mídias sociais. Em números exatos, a pesquisa mostra que o número de usuários de internet cresceu 10% no último ano, ficando em 3,42 bilhões, o que representa 46% de penetração global.
O total aproximado de usuários de mídias sociais é de 2,31 bilhões. Nos dados referentes ao universo mobile, a pesquisa revela 3,79 bilhões de pessoas conectadas via dispositivos móveis, numa penetração global desses meios de 51%.
De 2014 para 2015, a região Ásia-Pacífico registrou o maior crescimento de usuários de internet, perto de 200 milhões, o que representa 12% de crescimento ano a ano.
Individualmente, a Islândia aparece como o principal país com penetração de usuários de internet, que é de 98%, seguida de perto por Bermudas (97%) e Noruega (96%). No quesito menor penetração, sem surpresas: a Coreia do Norte lidera, com apenas 7 mil pessoas tendo a possibilidade de acessar a internet.
Marcas
Além dos números sobre o mercado digital global, a pesquisa realizada pela consultoria We Are Social destacou três pontos importantes para as marcas que desejam sobreviver nesse novo contexto e manter uma conexão com os consumidores cada vez mais conectados.
Primeiro, o estudo sugere que as organizações como um todo tenham uma visão global do mobile, porque ele “está mudando tudo dramaticamente”. Segundo, com a conectividade se tornando norma e não mais exceção, as marcas precisam explorar como isso pode melhorar cada elemento de seu negócio, não apenas as questões relacionadas a propaganda e anúncios.
Por fim, a pesquisa define “social” como uma conversa e aconselha: profissionais de marketing devem trabalhar para criar marcas sociais verdadeiras, não apenas marcas que interrompem as pessoas enquanto elas estão conversando com outras.