Após pouco mais de um ano desde a abertura do processo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (06), a aquisição da Twenty-First Century Fox pela The Walt Disney Company. A operação, no entanto, foi aprovada com restrições para que seja mantida uma programação esportiva mais diversa aos brasileiros.

A Twenty-First Century Fox é detentora do canal Fox Sports enquanto a The Walt Disney Company é dona do canal ESPN. Até então, as emissoras são concorrentes. Para evitar a configuração de monopólio no cenário esportivo brasileiro, o conselheiro relator Luis Henrique Bertolino Braido aprovou a negociação dos grupos de mídia mediante a assinatura de um Acordo de Controle de Concentração (ACC).

ESPN deve herdar a transmissão da Copa Libertadores da América, que hoje está na Fox Sports; na edição 2019, o Flamengo levou o título

De acordo com nota oficial no site do Cade, Braido destacou que houve nova tentativa da Disney em vender o canal Fox Sports como forma de evitar o monopólio. Essa foi a determinação do órgão em 2019 para permitir a transação. No entanto, com o momento econômico atual devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), não foi possível dar prosseguimento à alienação do negócio.

O Cade determinou, então, medidas comportamentais para tentar minimizar os problemas concorrenciais citados anteriormente. A Disney se comprometeu, por exemplo, a manter na grade de programação, por três anos ou até o término de seus respectivos contratos, todos os eventos esportivos distribuídos no Brasil.

A empresa também deverá manter o canal principal da Fox Sports, com o mesmo padrão de qualidade hoje existente, incluindo a transmissão dos jogos da Copa Libertadores da América, até o dia 1º de janeiro de 2022. Após esta data, as partidas deverão ser transmitidas em algum de seus canais afiliados, até o final do atual contrato com a Conmebol. O mais provável é que a ESPN assuma a transmissão.

O acordo prevê ainda que a Disney deverá devolver antecipadamente a marca Fox Sports, caso decida encerrar a transmissão do canal após 2021. O objetivo é deixar o nome disponível para ser utilizado por outro grupo que se interesse em assumir a operação.