O jornal espanhol El País anunciou o fim da sua edição em português, nesta terça-feira (14).
O anúncio foi feito por meio de uma nota divulgada tanto no jornal online quanto nas redes sociais. Segundo o texto, a edição não alcançou a sustentabilidade econômica, apesar da audiência e número considerável de assinantes, e por isso terminou.
O jornal foi lançado em 2013 no Brasil e desde 2019 operava apenas com a versão digital. Em 2020, o conteúdo que antes era gratuito se tornou exclusivo para assinantes.
Leia a nota na íntegra:
A edição em português do EL PAÍS despede-se hoje de seus leitores. Esta edição nasceu em 2013 e durante oito anos informou sobre a atualidade brasileira e mundial. Neste tempo, apesar de ter atingido grandes audiências e um número considerável de assinantes digitais, ela não alcançou sua sustentabilidade econômica, o que levou à decisão por sua descontinuidade.
O EL PAÍS, que mantém correspondentes em São Paulo, conta com a mais extensa rede de jornalistas no continente. A partir de sua redação na Cidade do México, dos escritórios de Washington, Bogotá e Buenos Aires e de seus jornalistas nas principais capitais, a edição do EL PAÍS América oferece a mais completa cobertura em espanhol da área. Um esforço que será ampliado nos próximos meses e no qual o jornal concentrará suas energias.
Queremos agradecer aos profissionais do EL PAÍS Brasil por seu grande esforço e dedicação. Como também à fidelidade de nossos leitores, que poderão acompanhar a informação sobre a região e o resto do mundo em nossa edição da América. Para este jornal, o Brasil é um eixo da informação global tanto no plano político e econômico, quanto no cultural e social.
Nas redes sociais, os funcionários do jornal afirmaram terem sido avisados sobre o fim da edição e, consequentemente, das demissões também nesta terça-feira e escreveram uma nota aos leitores, em resposta ao jornal.
Leia a nota dos jornalistas na íntegra:
“Querido leitor,
A equipe do EL PAÍS Brasil foi informada hoje, assim como vocês, do encerramento das atividades da edição após oito anos.
Nascemos dos ventos de 2013, quando milhares de leitores foram buscar na Espanha uma visão dos maiores protestos da história. Nos orgulhamos de ter contado em profundidade a crise que se seguiu, buscando que cada título refletisse um país que desmoronava.
Mapeamos os interesses no impeachment. Escrutinamos todos os lados da Lava Jato. Trouxemos para as manchetes os crimes contra os direitos humanos, o racismo, os estupros e a ameaça à democracia. Construímos este jornal com você.
E, por isso, fazemos questão de agradecer pessoalmente seu apoio e seu voto de confiança. Obrigada por nos ajudar a fazer o jornalismo que chama as coisas pelo seu nome. Um abraço e até breve.”