Heloisa Wolf é esposa de Eduardo Bolsonaro. (Crédito: reprodução Instagram)

O Conselho Editorial do Grupo Globo reconheceu nesta segunda-feira (16) que a revista Época errou ao publicar a reportagem “O coaching on-line de Heloisa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador”, sobre o trabalho de coaching oferecido pela psicóloga Heloisa Wolf, nora do Presidente.

Em nota, o grupo afirmou que “como toda atividade humana, o jornalismo não é imune a erros. Os controles existem, são eficientes na maior parte das vezes, mas há casos em que uma sucessão de eventos na cadeia que vai da pauta à publicação de uma reportagem produz um equívoco”.

A matéria foi baseada em sessões online de coaching com a profissional, esposa de Eduardo Bolsonaro, gravadas sem seu conhecimento e sem que o jornalista se identificasse.

Apesar de a reportagem não expor nenhum fato que desabone a psicóloga e de jornalistas não serem obrigados a se identificar para obter informações de interesse público, o conselho editorial admite que “o erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line”.

“Durante um mês, fui aluno em sessões de coaching on-line da nora do presidente da República e, quem sabe, da futura embaixatriz brasileira em Washington, Heloísa Wolf Bolsonaro, de 27 anos. […] Ela se mostrou simpática, bem-humorada e disposta a longas conversas durante as cinco sessões de uma hora e meia em que recebi lições ao estilo das que têm ajudado o deputado federal Eduardo Bolsonaro a se preparar para a sabatina no Senado à qual está submetida sua ida para Washington”, diz um trecho da matéria.

Para o grupo, Heloisa tem “uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não pode, portanto, ser considerada uma figura pública. Foi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista”.

Por meio de nota, o grupo afirma ainda que a “Época se norteia pelos Princípios Editoriais do Grupo Globo, de conhecimento dos leitores e de suas fontes desde 2011. Mas, ao decidir publicar a reportagem, a revista errou, sem dolo, na interpretação de uma série deles”.