Conforme o branded content se torna opção de novas receitas para veículos de mídia impressa, crescem as discussões sobre os limites dos formatos comerciais em meio ao ambiente editorial. A Folha de S. Paulo realizou nesta terça-feira (20) o 2º Encontro Folha de Jornalismo, que celebra o 97º aniversário do jornal , e essa discussão norteou a mesa “Igreja-Estado: o que muda com os novos formatos comerciais”, que trouxe reflexõses como as de Nizan Guanaes, sócio-fundador do Grupo ABC.

Para ele, é melhor que o formato de branded content ganhe força, mesmo que alguns erros sejam cometidos, do que ver a imprensa sem sustentabilidade financeira. Guanaes, segundo reportagem da própria Folha, afirmou que alguns excessos podem ser naturais, mas devem estar sempre sob a vigilância dos profissionais do veículo e da população. “Os consumidores não são bobos. Eles sabem o que é anúncio”

A Folha tem seu Estúdio Folha, responsável pelos projetos de conteúdo patrocinado. Sua diretriz é deixar bem claro que determinado artigo é de autoria dessa estrutura. A diretora responsável pelo setor é Cleusa Turra, que considera imprescindível que sua área esteja totalmente separada da redação. Ela afirma que o grupo, paralelamente, deve buscar novas receitas. “As marcas querem engajamento e, para isso, é necessário ter conteúdo de qualidade. Não estamos falando de promoção de vendas no varejo, mas de construção de marcas”, afirmou à Folha.

Com visão um pouco distinta, Daniel Conti, diretor-geral da Vice Brasil, afirmou que, para o público mais jovem, é nítida a distinção de mensagem comercial e editorial. Também, diz, é possível envolver jornalistas nos projetos patrocinados. Na Vice, a redação participa como curadora de brand publishing, como ele chama a atividade. No entanto, alerta que é preciso ser autêntico sobre os objetivos do conteúdo.

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