Rodrigo Famelli, Paul Heath e Daniel Simões, sócios da Streetwise, que tem como primeiro cliente o Santander/Divulgação

Seguindo o modelo internacional, a Streetwise nasceu com o objetivo de atender à demanda de grandes anunciantes por agências especializadas em out of home.

Fundada há poucos meses pelos sócios Daniel Simões (ex-sócio e ex-CEO da Eletromidia), Paul Heath (ex-executivo do Grupo WPP nos EUA, Europa e Ásia) e Rodrigo Famelli (ex-VP de mídia da Africa), a agência não é a primeira do país focada em OOH, mas é a única associada à rede Plexus, do grupo britânico Talon – principal companhia independente especializada em OOH no mundo -, que não possui participação societária na Streetwise, que, porém, tem à sua disposição todas as ferramentas da holding.

“Potencial não é o que falta. O trabalho de especialista no exterior é normal devido à importância do OOH, que vem crescendo com o aumento de mais painéis digitais, que trazem oportunidades de planejamento e compra de mídia em convergência com o mobile, uso de dados e inteligência. OOH é o único meio que o consumidor não consegue desligar, o potencial de crescimento é enorme”, observa o inglês Heath.

O Santander é o primeiro cliente da Streetwise. Segundo Simões, o OOH é um meio que tem cobertura de TV aberta, com poder de segmentação. “Out of home consegue falar com um prédio na Faria Lima, coisa que a televisão não consegue, ou 100% da cidade de São Paulo. O OOH tem cobertura, segmentação e um terceiro ponto, que é estar nas ruas. É um ambiente vivo, as marcas se conectam com as pessoas de uma forma viva. Não à toa, todos os grandes players digitais são anunciantes de OOH”, diz.

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no país, a volta das pessoas às ruas e a expectativa de retorno de grandes eventos presenciais no ano que vem, os executivos apostam que o OOH deve recuperar em 2022 o share publicitário a patamares pré-pandemia.

“Em 2019, o OOH tinha 11% do share publicitário, claro que com a pandemia isso caiu. Mas é uma mídia que vinha crescendo muito, saiu de 3% para 11%. Hoje deve estar em 7% (de acordo com o painel Cenp-Meios de janeiro a junho de 2021, a participação é de 7,5%, com faturamento de R$ 552 milhões, atrás apenas da TV aberta e digital), mas recuperação mesmo deve ocorrer no ano que vem. Voltando para um ano inteiro full e com os eventos que teremos em 2022, como Copa do Mundo, Carnaval, Lollapalooza e Rock In Rio, OOH deve chegar a uns 10% de participação do mercado”, prevê Simões.

Para Heath, os benefícios de uma agência especialista diante de uma agência generalista passam pelo planejamento, criação e atendimento focados. “Como tudo começa com o planejamento, temos um foco declarado, ao contrário de uma agência generalista, que está tentando equilibrar os meios. E isso cria uma oportunidade de pensar na convergência digital, na jornada da pessoa, e fazer um planejamento extremamente focado em OOH. O segundo ponto é que temos ferramentas de criação, banco de dados da Talon, com centenas de cases feitos através de eye tracking, que mostram como as pessoas consomem o meio OOH, para onde direcionam o o olho, por exemplo, quantas palavras são boas, qual importância do logo na mensagem, ou seja, conseguimos apresentar uma criação adequada para o meio. O terceiro benefício é a oferta de atendimento sênior. Nossa meta não é ter muitos clientes, mas a nossa promessa é um atendimento focado”.

Na semana passada, a Streetwise anunciou a contratação de duas executivas para a área de mídia: as profissionais Larissa Francisco (ex-Initiative) e Beatriz Morales (ex-Kallas), que vão trabalhar sob a coordenação de Rodrigo Famelli. “Estamos muito animados, temos o Santander como primeiro cliente, esperamos fazer um ano importante e conquistar outros clientes”, finaliza Simões.