Há 20 anos, a apresentadora Hebe Camargo se encantou com um projeto que a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) queria colocar em prática para arrecadar fundos para a instituição. Com a ideia na cabeça, promoveu uma reunião entre o presidente da AACD, na época Décio Goldfarb, e o fundador do SBT, Silvio Santos, para apresentar a proposta. O dono do Baú comprou a ideia na hora e, no mesmo ano, cedeu mais de 26 horas de sua programação para ajudar a causa. Nascia, assim, o Teleton no Brasil.

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O programa, que foi criado em 1966 pelo ator Jerry Lewis, nos Estados Unidos, é realizado todos os anos em mais de 20 países. No Brasil, já arrecadou cerca de R$ 400 milhões, que foram investidos na manutenção das 11 unidades, espalhadas por seis estados, e na ampliação do atendimento para pessoas com deficiência física.

“O crescimento da AACD vem junto com os 20 anos do Teleton. Podemos ver os resultados na prática, pois a instituição passou de 900 para 5 mil pessoas atendidas por dia. Paralelo a isso, o Teleton é uma ferramenta de inclusão, pois antes se falava muito pouco sobre a acessibilidade para pessoas com deficiência. O Teleton trouxe essa discussão e mais informações para a TV aberta”, afirma Michael Ukstin, diretor do SBT e do Teleton.

Para Ukstin, que dirige o programa há dez anos, a edição de 2017 foi elaborada da mesma forma que um jovem de 20 anos pensaria. Com isso, resolveram ampliar a participação nas plataformas digitais com a criação do Teleton+. “Vamos continuar com as 28 horas de programação na TV aberta e pretendemos relembrar os diversos momentos marcantes que tivemos durante as mais de 530 horas em que o Teleton esteve no ar. Além disso, para estar mais próximo deste jovem engajado, idealista, que quer mudar o mundo, desenvolvemos este novo projeto, que terá um conteúdo paralelo e complementar ao da televisão”, revela.

A programação do Teleton+, que terá transmissão ao vivo no YouTube, Facebook e Twitter, será totalmente diferente do conteúdo da TV aberta. Ela será maior, contará com 29 horas, e terá a participação de diversas personalidades da internet, como Felipe Castanhari, Maisa Silva e Christian Figueiredo, entre outras. O SBT revela também que haverá um padrinho especial para o novo projeto, que foi desenvolvido pela emissora em parceria com a Endemol e a AACD.

“Pretendemos agrupar essa movimentação e repercussão que o programa já causava nas redes sociais desde 2009. Então, o nosso programa será um grande hub de interação com o público, mostrando tudo o que está ocorrendo nas plataformas digitais. Além de diversas ações personalizadas para nossos parceiros e apoiadores”, explica Ukstin.

O programa, que está marcado para os dias 27 e 28 de outubro, terá a missão de driblar a crise econômica do país para alcançar a meta de R$ 27 milhões. Segundo Ukstin, algumas cotas de patrocínio já foram fechadas, mas o diretor reforça que grande parte da arrecadação vem do público. “Sabemos que é uma meta difícil, mas a confiança e a fé são grandes. Ainda não temos a mesma quantidade de patrocinadores do ano passado, mas é importante frisar que a grande parte da doação vem do público, por isso, a importância de toda essa mobilização em todos os meios. Queremos todo mundo participando”.

Com o mote Teleton é Acreditar, a campanha deste ano foi desenvolvida pela agência Z+ e contará com a canção Trem Bala, interpretada por Ana Vilela, como a música tema de 2017.