Além de desenvolver novos negócios e criar produtos digitais para o Grupo Band, como o marketplace Na Prateleira e o app Band Play, ambos em fase de lançamento, a Vibra, spin-off de inovação do conglomerado de mídia, vem treinando as equipes de jornalismo e do comercial de rádio e TV para capacitá-los a ter um desempenho melhor no digital.

“Este ano estamos fazendo 80 treinamentos envolvendo as equipes de conteúdo, jornalismo, entretenimento, de rádio e TV, sobre o que é o conteúdo digital. Ensinando que a linguagem não é necessariamente a mesma, que produto para a TV pode ter spin-offs para o digital, por exemplo. As equipes comerciais estão sendo treinadas para aprender como é a audiência, a distribuição, a lógica de cada plataforma, o que as marcas procuram nesse ambiente, e como unir a entrega de televisão e digital, operando a partir dos dados”, exemplifica André Luiz Costa, general manager da Vibra.

Com cerca de 20 anos no Grupo Band, Costa assumiu a Vibra desde o início da operação, no fim do ano passado, quando deixou a direção executiva do jornalismo. Segundo ele, a empresa foi criada para desenvolver o digital do grupo, ser independente e atuar como um hub de tecnologia.

André Luiz Costa, general manager da Vibra: “Estamos construindo personas/bots, que vão conversar com toda a audiência da Band”

“Como quase todo publisher tradicional, multimídia, a Band tentou desenvolver o seu digital com estruturas subordinadas dentro dos veículos. A Band tem TV aberta e a cabo, rádio e jornal impresso (Metro). Cada marca tentava desenvolver sua estrutura de conteúdo digital e publicidade, mas, como eram estruturas lideradas pelos veículos, tradicionalmente offline, elas não prosperaram. Por isso, no ano passado, o grupo decidiu criar um spin-off para fazer com que a estrutura digital se desenvolvesse com independência dos veículos offline”.

Junto com empresas parcerias, a Vibra também está com uma série de iniciativas tecnológicas, como a construção de um data lake “para enxergar num lugar só toda a audiência do grupo”, e recebeu aportes do Google. “Trouxemos várias empresas parceiras que trabalham tecnologia e digital. Estamos construindo personas/bots, que vão conversar com toda a audiência da Band. O primeiro que está ficando pronto é da Rádio Nativa, com a Nati. A Vibra trouxe um aporte de tecnologia para dentro do grupo. Ganhamos, por exemplo, dois investimentos do Google para construir um software de edição e para reconhecer por inteligência virtual os padrões de sucesso dos nossos vídeos na rede”, destaca Costa.

A ideia é criar negócios exclusivamente digitais, a partir dos dados da audiência, como os 143 milhões de ouvintes das rádios, 27 milhões de assinantes no cabo e 55 milhões de usuários únicos nas redes. “A partir da geração desses dados, passamos a ter a possibilidade de oferecer serviços com promoções relacionadas à programação. O Band Play vai ter uma série de funcionalidades, como wallet e promoções”, afirma ele.

Outra frente da Vibra é a produção de projetos digitais com o elenco da Band. A primeira produção é o programa Minha Receita, com o chef Érick Jacquin, patrocínio da Seara e Philco. “O elenco todo historicamente desenvolveu sua vida digital à parte. Agora estamos sentando com cada um deles para unir a vida digital desses artistas à vida digital da Band de maneira que a gente aumente o sucesso deles e a Band passe a ter uma ação integrada com esses nomes. Já fechamos também com Denilson, Datena e Fogaça, de maneira que possamos atuar comercialmente em projetos em conjunto”, ressalta Costa.

O general manager da Vibra, André Luiz Costa (sentado no centro), entre os heads da empresa focada em estratégias digitais