Na falta de uma autorregulamentação para a comunicação, o governo brasileiro tenta baixar medidas e diretrizes “de fora” do mercado. Entretanto, com o excesso de cautela, estes projetos de lei acabam sendo “tutelares”, segundo um representante do próprio Congresso, o deputado Milton Monti. Respondendo à pergunta de Fernando Costa, diretor-superintendente de assinaturas da Editora Abril, Monti, presidente da comissão sobre “Comunicação one-to-one”, no V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, concordou que atualmente os projetos de lei tem caráter restritivo, mas que isso ocorre pelo “cacoete” governamental devido ao ainda pequeno período de democracia plena e livre.
“Nós temos que imaginar que, quando se fala em ideologia, existem pessoas que não querem imprensa livre. E a publicidade garante a liberdade editorial e a força dos veículos”, afirmou Monti. “Se você sufocar a publicidade de companhias privadas – mesmo que em setores, os veículos ficam dependentes da propaganda pública. Precisamos combinar um projeto de lei muito genérico com autorregulamentação”.