O Ministério da Saúde informou, na última sexta-feira (10), que suspendeu os pagamentos para a Borghi/Lowe, contratada por licitação em 2010. A empresa está sendo investigada na Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), por suspeita de ter feito pagamento de propina ao deputado cassado André Vargas.

No mesmo dia, a Operação Lava Jato prendeu quatro pessoas. Além de três ex-deputados, também estava o publicitário Ricardo Hoffman, ex-vice presidente da Borghi/Lowe Brasília, agência que atende a conta da Petrobras Distribuidora.

Além da Petrobras, Hoffman é citado por investigações sobre esquemas de lavagem de dinheiro na Caixa Econômica Federal, que também é cliente da Borghi/Lowe, assim como o Ministério da Saúde, que a partir de agora estão na mira das investigações junto com a petroleira na 11ª fase da operação comandada pela Polícia Federal. Leia mais

A suspensão “imediata” dos pagamentos da agência foi informada pelo Ministério da Saúde por meio de nota. Além disso, não será autorizado novas ordens de serviço para a empresa, criando uma sindicância administrativa para avaliar a regularidade da execução do contrato com a empresa. A portaria que cria a comissão foi encaminhada ao Diário Oficial da União.

O juiz Sérgio Moro, responsável por conduzir as ações penais da operação comandada pela PF, já havia decretado a quebra de sigilo de suas contas bancárias. Segundo os documentos, a suspeita é que os contratos estavam cobrindo serviços de fachada para lavar dinheiro ilícito destinado ao ex-deputado do PT do Paraná, André Vargas, cassado no fim do ano passado pela Câmara por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. De acordo com informações publicadas no Portal da Transparência, por contrato, a Borghi/Lowe recebeu R$ 111,6 milhões do Ministério da Saúde entre 2011 e 2014. Leia mais

A Borghi/Lowe se pronunciou na última sexta-feira (10) afirmando que a investigação estaria direcionada apenas a um ex-funcionário da empresa e que tem cooperado ao atender a ordem judicial. “Entendemos que as autoridades estão buscando informações quanto a um ex-funcionário. A empresa cooperou ativamente atendendo a ordem judicial e continuará a fazê-lo”, diz a nota da agência.

De acordo com o Ministério da Saúde, as medidas em relação à Borghi/Lowe serão comunicadas à Controladororia-Geral da União e à Polícia Federal e que está à disposição da PF e demais órgãos de controle para quaisquer esclarecimentos sobre a empresa de publicidade.