Embora seja visto como mercado promissor para anunciantes que apostam na inovação e interatividade em tempo real, o mobile marketing tem um longo caminho a trilhar até se tornar maduro. A começar pelo próprio sistema de comercializar o formato. As agências não estão preparadas para oferecer de forma adequada e estratégica todas as ferramentas que englobam a mobilidade, como SMS, MMS, Bluetooth, entre outras tantas que surgiram exponencialmente com os “smart phones”.

“Está tudo muito confuso. As agências estão agindo de forma incompetente nesse meio. Mas acredito que a tendência é que cada empresa crie seu núcleo mobile e deixe de trabalhar com empresas parceiras que possuem expertise no segmento”, declarou Renato de Paula, diretor regional da OgilvyOne, em painel no segundo dia do Mobile Marketing Fórum (MMF), que aconteceu nesta quarta-feira (25).

Renato explicou que hoje a agência trabalha com parceiros quando o assunto é mobile, mas que o plano é que a Ogilvy abra nos próximos meses um núcleo específico para desenvolver esse tipo de ação.  “Ainda não está decidido se compraremos uma empresa ou se vamos oferecer treinamento para a nossa equipe. Temos um grande cliente nos pressionando para desenvolvermos ações de mobile e é possível que isso aconteça com mais freqüência daqui por diante”, afirmou.

Uma dessas empresas parceiras é a Pontomobi, que tem o papel de esclarecer para anunciantes e agências quais as possibilidades existentes na mobilidade. “Hoje muitas agências tradicionais sequer têm uma área digital. Mesmo que muitas se atualizem criando áreas próprias de mobile, acredito que essa parceria ainda será necessária”, afirma Leonardo Xavier, sócio-diretor da Pontomobi, que também participou da discussão.

Agência de promoção e ativação, a Future Group é uma das que já possui uma área própria de mobile marketing atuando diretamente no planejamento de ações estratégicas para o cliente. “O que percebo é que esse tipo de cadeia ainda está em formação no mercado. Os clientes ainda não entendem todas as ferramentas, por isso é preciso simplificar a oferta e mostrar de forma objetiva os resultados”, declara André Frota, vice-presidente do Future Group.

Para João Montes, gerente internacional da agência MKTM, a convergência de forças dentro da estrutura das agência é inevitável. “Acho que será uma mudança gradativa, que deve acontecer nas agências nos próximos cinco anos. O mobile passará a integrar o mix de marketing e será visto como mais um canal para o anunciante investir, e não só como uma forma de inovar”, aposta Montes.

Suporte

Outra prova de que há algo errado na forma de as agências promoverem o mobile para os clientes é o fato desses últimos estarem procurando diretamente empresas especializadas nas ferramentas e suporte tecnológico de mobile, em vez  de discutir a estratégia  com suas respectivas agências.

É o que aponta Fabricio Bloisi, ceo da ComperanTime,  empresa de produtos e serviços móveis. “Recebemos muito anunciantes interessados em conhecer as possibilidades móveis e até desenvolvemos produtos diretamente para eles. Depois os mesmos decidem qual agência irá trabalhar campanhas que integrarão as ações de mobile”, afirmou.

por Daniela Dahrouge

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