Morreu nesta terça-feira (11), aos 75 anos, o redator Carlos Milton Romano Pedrosa, entre os maiores da propaganda brasileira. Pedrosa foi um dos fundadores da Pubblicità, depois de ter dirigido a criação da agência Premium. Trabalhou na McCann-Erickson, na Norton, na Esquire e na Contemporânea.
Ele presidiu o Clube de Criação do Rio de Janeiro entre 1978 e 1979, foi conselheiro do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e premiado como destaque pela Associação Brasileira de Propaganda (ABP), entre muitos outros prêmios. Em 2011, foi homenageado pelo Prêmio Colunistas Rio com o diploma de “Contribuição Profissional”.
Pedrosa – pai do também publicitário Marcos Pedrosa -, recuperava-se de um câncer, em Petrópolis, região serrana do Rio, onde sofreu um acidente e faleceu. Também redator, José Guilherme Vereza, sócio-diretor da 11:21, trabalhou com Pedrosa em várias agências: a primeira foi a Premium, em 1975. A última foi a Contemporânea, até sair em 2006. Vereza dedicou seu último livro – “A primeira noite de Melissa” – a ele.
“Conheço o Pedrosa desde 1975. Foi amor à primeira vista. De lá para cá trabalhamos juntos em varias agências. Mas o que me dilacera neste momento é a perda de uma pessoa essencial da minha vida. Um amigo intenso muito além da propaganda”.
Roberto Bahiense, hoje diretor de relações institucionais do Gol Grupo e que trabalhou com ele na Pubblicità durante cerca de cinco ou seis anos depois que a Esquire incorporou a agência, definiu Pedrosa como elegante nos gestos e nas atitudes, fidalgo no trato, sensível, inteligente e ponderado.
“Generoso, acolheu muitos e muitos e muitos que, sem emprego, procuravam-no em busca de um ombro amigo, porque telefone de desempregado não toca. Paciente, suportou meu voluntarismo e acolheu meus excessos. Sábio, foi responsável, com outros poucos, pelo melhor da publicidade brasileira”, disse Bahiense.
No primeiro Encontro Brasileiro de Redação Publicitária, realizado em Paraty, Pedrosa foi palestrante em plena Igreja da Matriz. Jomar Pereira da Silva, presidente da Associação Latino Americana de Propaganda, organizadora do evento, relembra que na ocasião, em agosto de 2006, ele driblou com maestria as dificuldades de ordem técnica do espaço onde proferia sua palestra e terminou ovacionado. Por coincidência, Jomar foi cliente de Pedrosa quando sócio-diretor da Denasa, empresa atendida pela Norton. Ele relembra a gentileza e o humor do redator. “Ele unia competência com humor”, relembra.
O enterro de Pedrosa será realizado nesta quarta-feira (12), às 16h30, no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.