Fábio Souza: “Estamos estruturados em função dos clientes, com squads organizados”/Divulgação

Consolidação. É com essa palavra que Fábio Souza, CEO e sócio da MRM Brasil, define o atual momento da agência. Oriunda do CRM, a E/OU foi comprada em 2013 pelo McCann Worldgroup e passou a se chamar E/OU-MRM. Agora, com o processo de transição finalizado, acaba de assumir a marca MRM Brasil, representada por um logotipo e identidade visual, se alinhando a todos os escritórios globais.

Hoje, com uma operação nacional de aproximadamente 220 pessoas, o foco da agência é a transformação digital. “Entendemos o digital como um processo bastante amplo, com o desafio de digitalizar não só a comunicação, mas o ponto de venda e todo o processo de experiência. Acreditamos no digital como um meio e não como uma disciplina”, explica Souza.

De acordo com o executivo, CRM é uma alavanca de crescimento e é um facilitador para todo o processo de digitalização. “A gente tem data e tecnologia no core do nosso negócio desde que a agência nasceu. Então, entender este novo mundo é uma facilidade para nós”.

A agência declara crescimento de 10% em 2020, impulsionado pela conquista de novas contas. “Ganhamos a conta de CRM da Samsung, para todo o ecossistema mobile; a conta 360 de Sanofi; e digital e CRM da BR Distribuidora. Essas foram as nossas grandes conquistas no ano passado, que drivaram o nosso crescimento”.

O CEO afirma que outro motor de crescimento veio da organização interna. “Estamos estruturados em função dos clientes. Temos cinco squads organizados e algumas áreas técnicas que prestam serviços para todos os squads. Tudo isso para que tenhamos muita proximidade com os negócios dos clientes de um lado e do outro lado profundidade nas disciplinas mais técnicas”.

Apesar de uma carteira com clientes robustos, do porte de uma General Motors, Mastercard e Bayer, a MRM Brasil também atende clientes de outras agências do grupo, como a FCB e a WMcCann, dentro do processo de integração do McCann Worldgroup. “A integração entre as agências do grupo é uma das fortalezas para o crescimento e a blindagem do nosso negócio, uma forma de conseguirmos disponibilizar para os nossos clientes a melhor entrega possível dentro do ecossistema de comunicação e de marketing. É um desprendimento interessante a ser feito que mostra que ninguém é bom em tudo”, analisa Souza.

EXPECTATIVAS
Apesar de fazer uma analogia com uma caixa de Pandora, “em que cada vez que mexe sai uma surpresinha nova”, as expectativas do executivo para 2021 são de crescimento. “Com a chegada das contas novas e a organização dos clientes tradicionais, conseguimos desenhar uma série de projetos para serem implementados e prever o ano com certa antecedência. Temos uma previsão de continuar crescendo frente ao ano passado”, afirma Souza.

Sobre o processo de digitalização dos clientes, o executivo comenta que há diferentes momentos e estágios. “Há clientes que são superdigitalizados e aqueles que foram pegos pela pandemia no meio do processo. Por exemplo, na GM, esse é um processo contínuo de transformação. A indústria automobilística tem um desafio da cadeia de negócios. Já para a BR, por exemplo, estamos desenhando o que é a transformação digital para um produto que é totalmente offline”.

Mas, segundo Souza, todos os casos passam por conseguir ter um sistema de dados e tecnologia organizado e fluido, como enxergar e conectar múltiplas pontas e reconhecer novos serviços e formas de conexão e de entendimento com o consumidor. “É menos resolver os problemas como marca e mais entender o momento dos consumidores para que tenham uma experiência diferente e comecem a enxergar um valor novo das marcas”, ressalta.