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Provavelmente a grande maioria dos empresários já idealizou até onde suas empresas poderiam chegar daqui a cinco ou dez anos. Porém, são poucos os que, de fato, se mobilizam para traçar estratégias capazes de transformar estes sonhos em realidade. Deslumbrados com a euforia dos primeiros anos, em que normalmente registram um crescimento acima da média, quando o negócio se estagna, estes empreendedores ficam com receio de realizar as devidas alterações. No entanto, é preciso ter coragem para fazer a modificações necessárias para retomar o desenvolvimento e, principalmente, expandir a atuação.

Não é fácil promover mudanças (sejam elas culturais, estruturais ou de serviços) em empresas já estabelecidas no mercado. Contudo, em uma época de instabilidade econômica, elas podem ser o ponto de partida para o surgimento de novos negócios. O cenário permite isso: uma pesquisa da IFS, empresa de software de gestão empresarial, indica que 93% dos formadores de opinião do setor de TI estão abertos a mudanças e as veem como oportunidades para os locais onde trabalham.

Profissionais dispostos a mudar suas empresas é um exemplo claro de que os tempos são outros. Antigamente, as organizações apostavam na rigidez e no respeito à hierarquia e estrutura para passar credibilidade ao mercado – qualquer medida que propusesse alterações nisso era vista como ato de rebeldia. Agora, a mudança de comportamento das novas gerações inverteu esta situação: mudar faz parte do planejamento estratégico.  Só assim é possível estar constantemente atualizada às melhores práticas de gestão e de inovação dos produtos e serviços.

Ao invés de apostar na hierarquia, é preciso valorizar as pessoas que se relacionam com as empresas, sejam elas colaboradores, fornecedores ou clientes. Cada um dos envolvidos pode contribuir com ideias, feedbacks e sugestões que, no futuro, se transformam em novos negócios. Ter o escritório equipado com a última tecnologia deixou de ser um diferencial competitivo. Em um mundo em que a evolução digital é constante, a criatividade humana é o único combustível capaz de prover novas oportunidades de crescimento.

Os funcionários, por exemplo, devem ter autonomia para atuarem como “embaixadores” da marca, levando a cultura da empresa para outros lugares e terem total autonomia para falarem pela instituição de onde estiverem. Já os clientes devem ser incluídos desde o início do projeto, atuando como verdadeiros parceiros. Por fim, é preciso estimular a troca de conhecimento entre os profissionais e fornecedores para permitir que novas ideias – e novos negócios – surjam no futuro. É esta a base do conceito de open source e da economia colaborativa.

Mudar faz parte da vida, estejamos prontos ou não. O que diferencia é a capacidade das empresas de se adaptarem e se adiantarem às alterações. Quanto mais rápido a organização assimilar os novos tempos, mais fácil será a transição e a retomada do crescimento. Com a concorrência cada vez mais acirrada, esta é a melhor forma de se sobressair. E isso não é um discurso necessariamente novo. A novidade é o fato de deixar a teoria e passar para a prática, pois o momento que vivemos é de mudar ou mudar, já não é uma escolha!

Rafael Cichini é CEO da Just, especializada no desenvolvimento de produtos digitais, há 8 anos entregando software, soluções pioneiras e consultoria para auxiliar empresas nos desafios para uma transformação digital