Quando pensamos em inovação, logo vem à mente o poder de fazer diferente, ultrapassar barreiras, atingir o desconhecido.

É fácil vir à mente também a velocidade com que as coisas acontecem e a necessidade que temos de nos adaptar, principalmente às inovações tecnológicas, consequências de um mundo conectado e influenciado pela internet.

A web provocou sucessivas inovações, transformações socioculturais e econômicas desde o seu advento entre os anos 70 e 80, popularização nos anos 90 e democratização nos anos 2000.

Gerou “filhos” famosos e bilionários tão presentes no dia a dia das pessoas que por vezes são sinônimos da própria internet.

É automático pesquisar por informações nos buscadores várias vezes ao dia, obrigatório conhecer algum recurso do pacote Office. Não ter um perfil nas redes sociais é igual – ou pior – a não ter RG. E aí, já atualizou o sistema do seu celular novo?

As empresas deste setor têm ecossistemas bem amarrados e oferecem serviços ao usuário final – eu e você. São desenvolvidos para que qualquer simples mortal consiga usar.

E isso tem a ver justamente com o que se propõem a entregar:
– A Apple inventou o computador pessoal, perdeu e ganhou mercado e hoje é a marca mais valiosa do mundo;
– O Facebook é uma rede de milhões de pessoas trocando conteúdo voluntariamente;
– O Google é uma biblioteca gigantesca de informações;
– A Microsoft me possibilitou escrever este texto no Word;

Elas representam os bons surfistas, sempre com pranchas novas, mais rápidas e aderentes ao mar de possibilidades. Uma vez ou outra, caem da prancha, mas voltam a ficar de pé com maestria.

Interessante como algumas marcas não percebem a importância da entrega de produtos/serviços a que se propõem. Não inovam, não se repaginam, não se questionam. Acabam não surfando a onda – por vezes não aproveitando alguns tsunamis – e morrendo afogadas.

Podemos lembrar de produtos mais antigos como walkman, discman, pager e mais recentes, como CDs, DVDs, Bluray. De repente chega um tal de iPod, vira o mercado de ponta-cabeça e cria novos hábitos para “velhas” necessidades.

A venda de PCs cai vertiginosamente a cada ano. Chegamos à Era Mobile, que não é mais segunda tela. E podemos dizer que é a única que está ligada 24h.

Surgiram e também se popularizaram os serviços como WhatsApp e Netflix. A comunicação por mensagem instantânea está chegando às pessoas como nunca e a qualidade do streaming se aproveita do que os “vilões” do download estão fazendo ilegalmente.

Democracia de conteúdo tão ansiada pelas pessoas, literalmente ao alcance das mãos e a preços acessíveis.

São mudanças naturais, certo? Um produto morre e outro nasce, um novo ciclo se estabelece. Talvez.

Mas é preciso reforçar que o importante mesmo é entregar o que se propõe. Basicamente entregar o que é oferecido ao consumidor, sem barreiras e falsas promessas.

E se reinventar sempre que possível. Mesmo que inovar seja tão simples quanto pegar uma lata de refrigerante com seu nome na gôndola do supermercado.

Boom! Bem-vinda, inovação!

*Coordenador de mídias de performance e analytics da Wunderman e membro do comitê de analytics do IAB Brasil