Recentemente, a eMarketer divulgou um estudo realizado no mercado norte-americano sobre a “saúde conectada”. Os dados mostraram que 40% dos entrevistados, na faixa etária entre 18 e 24 anos, declaram que preferem gerenciar sua saúde por meios digitais.
O percentual cai de forma sutil para 39%, na faixa etária de 25 a 34 anos, mas despenca quando a faixa etária consultada é de 65+.
Outro ponto que chama a atenção é que, se somarmos a gestão por canais digitais com o percentual de consultas por telefone/email, teremos 58% dos pesquisados nesta primeira faixa etária preferindo um atendimento não presencial.
Uma diferença bem grande da última faixa etária consultada. Para a faixa de 65+, se somarmos os 43% da preferência por visitas com os 15% em casa, teremos 58% de preferência por um serviço presencial.
Segundo Todd Pierce, da Salesforce.com, um dos colaboradores para este estudo, a saúde conectada é uma nova era que muda a forma como a medicina é praticada.
Nos últimos 60 anos, sempre nos tratamos da seguinte forma: temos um sintoma, consultamos um médico e somos tratados.
Com outras possibilidades surgindo, trazidas por novas tecnologias, teremos a possibilidade de acompanhar um paciente não apenas por um episódio isolado, mas com a soma de uma série histórica.
Se fizermos uma analogia à medicina praticada na época dos nossos avós, podemos perceber uma semelhança significativa.
Havia o médico da família, que sabia da vida do paciente, conhecia seus hábitos, sua rotina, suas questões hereditárias, etc. E, assim, com o conhecimento da sequência histórica, era capaz de cuidar não apenas por um episódio isolado.
Claro que tudo isso sem querer defender, ou atacar, o uso de dados ou questões de privacidade dos pacientes.
De certa forma, fico fascinada pelo movimento pendular da vida e como a história se repete, agora com um tom absolutamente high-tech, o que nos dará a oportunidade de sair da massa estatística do atendimento médico para um atendimento muito mais individualizado.
A tecnologia, de fato, vem para nos trazer inúmeras possibilidades. Basta saber se faremos bom uso das armas que criamos para nossa própria evolução.
*Diretora-executiva do IAB Brasil