O que você faz enquanto assiste a um programa de TV? Há poucos anos a pergunta soaria esquisita e as respostas bem variadas e óbvias.

Entretanto, de poucos anos para cá uma destas respostas tornou-se foco de discussão para o mercado publicitário: second screen.

E devido ao aparecimento deste fenômeno, outras inúmeras dúvidas e perguntas surgiram.

Fato é, e não se discute mais, que uma imensa massa de consumidores, principalmente jovens, interage com seus celulares e tablets enquanto assiste aos seus programas de TV.

O que questiono neste movimento social cada vez mais consolidado são justamente os reais benefícios deste fenômeno para os anunciantes.

Estaríamos na frente de um ZAP 2.0? Se já era difícil reter a atenção de nosso target durante os intervalos, imagine agora quando o entretenimento pode ser “non stop” com um “device” nas mãos.

Além disto, vivemos um momento único no mercado publicitário. Meios de comunicação considerados indestrutíveis, hoje passam por uma mutação completa.

A cada segundo surgem empresas de tecnologia com dezenas de nomenclaturas “sedutoras” (second screen, RTB etc.) e com isto um “Lost in translation” entre empresas.

Não seria, então, o momento de aprender e não empreender; e saber os reais efeitos de todas estas mudanças e novidades?

Tenho sido frequentemente abordado por inúmeras empresas oferecendo novas estratégias para second screen e plataformas digitais.

O discurso do second screen, assim como de outros produtos, é a tal complementariedade: soma, e não dispersão. Cuidado!

Os conceitos são bons, mas eles só se tornarão lucrativos para anunciantes quando existirem fatos (ex.: leads ou compartilhamentos).

O problema é que grande parte dos dados, a exemplo do Second Screen, são relacionados à interação com “memes”, piadas, atos racistas, emails, “videos cases”, e eventos norte-americanos.

Desculpem-me, então, os followers de plantão, mas isto para mim é dispersão, e não soma.

Se queremos mais interação com marcas brasileiras, então algumas perguntas são necessárias: É melhor estar na segunda ou primeira tela? Quem é a primeira tela? Qual o tempo de interação? Qual formato? Quanto investir? Quem é o consumidor? Quais conteúdos comentados?

São estas e outras respostas que nós, anunciantes e entidades como IAB e ABA, precisamos entender e, acima de tudo educar a nova e velha geração.

Só assim encontraremos juntos o caminho de rentabilidade para ambos os lados. Afinal, estamos falando de publicidade e não de “memes”.

*Entre em contato com o autor pelo email alexander.greifprudencio@mpsa.com