A comunicação ganhou nova dimensão após Gutenberg desenvolver a indústria gráfica nos anos 1400. Mas o rádio ajudou a dar amplitude às informações, ao entretenimento, aos comportamentos da sociedade e à publicidade. 

É o início do que chamamos hoje de multicanalidade. Afinal, com a tecnologia, todos os meios estão interligados. O rádio, no entanto, devido às características do seu DNA, vem se superando. Se é um veículo veloz, com a internet e outros recursos da era digital, passou a ser ainda mais instantâneo. 

Hoje o rádio pode ser acessado pelos aparelhos tradicionais, mas está disponível nos computadores, celulares, TVs por assinatura, tablets e sabe-se lá o que vem por aí. Rádio também não é mais só voz. É imagem. Quem sintoniza sua emissora favorita pode assistir ao vivo os apresentadores pelo streaming, caso da Jovem Pan no PanFlix, ou nos 45 canais que tem no YouTube. O mesmo acontece com Rodrigo Bocardi no seu Ponto Final, transmitido às tardes na CBN.

Aliás, com a simplificação de captação de imagens, muitas notícias têm origem no rádio e posteriormente chegam aos canais de TV. 

A pujança desse meio é animadora para ouvintes, anunciantes e agências de publicidade. A audiência trata o rádio como amigo. A relação com os apresentadores ficou ainda mais intensa com recursos como o WhatsApp. O público manda mensagens, algumas com vídeos, e ajuda a pautar assuntos fora do foco das redações. 

De acordo com a Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão), mais de 1.500 emissoras estão ativas. Sem mencionar comunitárias, sistemas em postes e outros mecanismos que usam o áudio para municiar ouvintes com notícias e música. A Abert está com uma agenda intensa até setembro de 2022, quando o meio celebra 100 anos no Brasil. 

Um dos principais projetos da entidade é a migração do sinal AM para o FM. Além da qualidade do áudio, a Frequência Modulada não é prejudicada pela verticalização das grandes cidades, que interfere na qualidade do sinal do sistema Amplitude Modulada. Algumas emissoras já estão fazendo a migração de sistemas, como a Capital e a Cultura em São Paulo.

Apesar de o rádio ter várias emissoras como cabeças de rede, ou seja, com afiliadas em todo o território nacional, a grande fortaleza desse meio é sua característica regional. As janelas locais são essenciais, porque o rádio conversa diretamente com as peculiaridades de cada microrregião do país. Nesse item é imbatível. Porém, pela internet, o alcance de uma rádio interiorana é infinito.

É estimulante falar do rádio. Nessa edição, o meio é motivo de uma reportagem especial. Com dados, entrevistas e projeções. Os jornalistas Kelly Dores, Neusa Spaulucci, Vinícius Novaes, Janaina Langsdorff, Jéssica Oliveira, Paulo Macedo e Pedro Yves se empenharam em trazer a atual realidade das emissoras.

Com exclusividade, nossos leitores vão ter acesso ao estudo Inside Rádio 2021, feito pela Kantar Ibope Media, que só será divulgado para os assinantes do instituto nesta segunda-feira (20). O Grupo de Mídia de São Paulo também aborda o rádio no Mídia Dados deste ano. Coordenado pela estudiosa Luciana Schwartz, que nos enviou o seguinte depoimento sobre o relatório:

“A força do rádio é indiscutível e sólida no Brasil, fato que se reflete nos estudos analisados pelo Mídia Dados 2021, que acaba de ser lançado. É o 4º maior meio de penetração, mantendo 61% de participação (eram 62% no ano anterior), com base no ranking Kantar Ibope Media. O rádio é um meio centenário que continua mantendo sua relevância. Primeiro, pelo seu alcance junto à população brasileira. O rádio está presente em todos os municípios brasileiros, com uma audiência diversificada, com públicos em todas as classes sociais”. 

Ela continua: “Também está cada vez mais presente no universo digital, com formatos diversificados e flexibilização comercial. Estudos de monitoramento de engajamento às rádios, assim como a possibilidade de se quantificar o custo por ouvinte atingido, são os diferenciais que contribuem para manter o rádio nos planos de mídia das marcas, dando total segurança aos clientes quanto ao retorno de seus investimentos no meio”. 

Conforme o Mídia Dados 2021, que pela primeira vez contempla dados de podcast, a estimativa é de até 34,6 milhões de ouvintes no Brasil. E a escuta é de 1 a 3 vezes por semana e entre 2 a 5 programas em particular. “Com o crescimento do digital (88% de penetração no Brasil), o formato podcast, que já vinha despontando, realmente aconteceu durante a pandemia. O crescimento do consumo de informações sobre os mais variados temas e a facilidade de acesso, na hora e no lugar que quiser, favoreceram o formato. Pelo que notamos, os segmentos mais consumidos são de música e humor (ambos com 40%), seguido de saúde e bem-estar (34%) e notícias (26%). A fonte é da Podpesquisa – Produtor 2020/2021, da ABPDO.”

Boa leitura!

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ESPM na Glória
Confira nesta edição artigo escrito pelo presidente da ESPM, Dalton Pastore, sob o título A maravilhosa no Rio de Janeiro,  sobre o pré-lançamento do campus na Villa Aymoré, na Glória, nesta quinta-feira (23). “A ESPM está praticamente chegando de novo ao Rio de Janeiro. E, com o devido perdão pelo trocadilho, desta vez a ESPM está chegando na Glória”, escreveu Pastore. Segundo ele, a “exuberância do novo campus nos leva a refletir sobre nossa origem e nos remete ao ideal de nossos fundadores: a ESPM nunca foi pequena”. O campus é um dos maiores investimentos feitos pela instituição.

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Dobradinha
O PROPMARK também traz matéria com Antonio Fadiga, um dos nomes mais reconhecidos do mercado publicitário, que completa dois anos à frente do comando da Artplan em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Ele fala sobre as lições deixadas pela Covid-19, como a necessidade de agilidade, que levou a agência a lançar cinco startups durante a pandemia. Segundo ele, o mercado vem reaquecendo. “Com o avanço da vacinação, podemos ver indícios de um retorno ao consumo e retomada de eventos presenciais”.