A empresa americana Carnival Corp, controladora da Costa Cruzeiros e proprietária do navio Costa Concordia, que no último dia 13 naufragou após atingir uma rocha na costa da Toscana, na Itália, previu um impacto imediato entre US$ 85 milhões e US$ 95 milhões só pela não utilização da embarcação nos próximos meses. A viagem duraria sete dias e tinha cerca de 3.200 passageiros e 1.000 tripulantes. Enquanto a grande maioria foi retirada com sucesso do navio, também houve perda de vidas e ferimentos.
O navio tem seguro no valor de US$ 513 milhões, mas o prejuízo e indenizações podem somar US$ 1 bilhão. Além da parte financeira – ações na Bolsa de Londres da empresa Carnival despencaram 16,5% –, a imagem da empresa também corre o risco de sair arranhada. Na opinião do publicitário Stalimir Vieira, diretor da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e diretor de criação da CMC, o ponto fundamental a partir de agora é apurar a real causa do ocorrido e ver o quanto a empresa tem de responsabilidade. “O acidente precisa ser explicado. O agravante até agora é o comportamento do comandante, autoridade máxima dentro de um navio e representante da empresa, que compromete a imagem da companhia”, comentou o publicitário, acrescentando: “Ainda vai demorar para que se tenha clareza dos fatos. Há uma expectativa para saber o que de fato aconteceu. Sempre que a causa estiver ligada a um comportamento errado vai ter consequência para a imagem da empresa, diferente de quando é um imprevisto, um acidente ou fatalidade”.
Logo após o ocorrido, a Carnival Corporation emitiu comunicado, no qual afirmava ser essa “uma tragédia terrível”. A Carnival Corporation e a Costa Cruzeiros declararam ainda que “estão trabalhando para compreender plenamente a causa do acidente”. Segundo a empresa, a segurança dos clientes e membros da tripulação continua a ser a prioridade número um da Carnival Corporation e todas as suas linhas de cruzeiro. Segundo o comunicado, acidentes como esse são extremamente raros na indústria de cruzeiros, que “continua a ser um dos mais seguros meios de transporte para férias”.
A Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) também emitiu um comunicado comentando o naufrágio. A entidade enfatizou que “os cruzeiros marítimos, há décadas circulando nas rotas mundiais, inclusive os que navegam no Brasil, elegem como prioridade absoluta a saúde e a segurança de seus hóspedes e das tripulações”. Ainda conforme o comunicado, as empresas armadoras e seus navios, além das determinações e regras das autoridades locais de cada país, obedecem a rígidas
normas, controles e imposições de segurança determinadas por apurados organismos internacionais que atuam sob demanda e controle dos maiores órgãos mundiais do setor de cruzeiros marítimos como ICCL (International Council of Cruise Lines), Clia (Cruise Lines International Association) e ECC (European Cruise Council).
Mais desastre
A ilha turística de Giglio, que tem em seu entorno uma reserva natural protegida, teme desastre ambiental. O navio guarda em seus tanques 2.380 toneladas de combustível e o ministro do meio ambiente da Itália, Corrado Clini, manifestou semana passada preocupação nesse sentido. “A luta é para evitar um desastre ambiental”. Equipes de especialistas estavam no local para estudar formas de tirar o navio em segurança. Segundo a Abremar, o episódio é um caso isolado e raro e que será investigado, oferecendo as “explicações necessárias exigidas pela comunidade internacional”.