Primeira liga esportiva a interromper suas atividades em meio à pandemia da Covid-19, no começo de março, a NBA também não demorou a se organizar para oferecer novas interações aos fãs enquanto os jogos estão interrompidos. Decisões como disponibilizar gratuitamente o acesso ao aplicativo NBA Pass – com jogos clássicos, entrevistas e estatísticas -, inclusive, no Brasil têm gerado impactos positivos na percepção do fã.
Segundo Rodrigo Vicentini, head da NBA Brasil, várias frentes foram pensadas com objetivo claro de ficar próximo do público.
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“Independentemente do momento, estamos perto para entender o que ele demanda da liga”. Esse dedo no pulso fez com que a organização no Brasil criasse seu canal oficial no YouTube, bem como o primeiro programa da liga ao vivo no mundo. Na atração Falando de NBA, que estreou na última terça-feira (12), os torcedores têm acesso a jogadores brasileiros que fizeram história na liga, mas também humoristas, artistas e celebridades que de alguma forma estão conectados com o universo do basquete.
Feito no formato remoto, o talk-show recebeu na estreia o jogador de futebol Everton Ribeiro, do Flamengo, com apresentação de Luís Felipe Freitas e comentários de Ricardo Bulgarelli. Na próxima terça-feira (19) está programada a participação do influenciador Fred, do canal Desimpedidos.
“Esta é a primeira vez no mundo que a NBA transmite um programa ao vivo na internet. O legal é que teremos sempre um convidado especial para falar não só de basquete, mas de lifestyle e curiosidades. O consumo da NBA não é só dentro da quadra, então temos um material muito rico. Estou otimista com a possibilidade de trazer músicos, atores, humoristas, enfim, uma mistura que tem tudo a ver com nosso DNA de não ser só uma liga esportiva”.
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Dentro das estratégias no Brasil, o executivo reforça as parcerias com as emissoras de TV. Além da veiculação de jogos clássicos na ESPN e SporTV, o torcedor também tem acesso a um conteúdo original na Band com o programa NBA Freestyle. A atração, exibida aos domingos na Band, está sendo veiculada de forma remota. Essa e outras ações fazem parte do movimento NBA Together, que estimula os torcedores a permanecerem em casa.
Conteúdo original
Detentora de contratos milionários com emissoras de TV para transmissões de seus jogos, a NBA evoluiu seu posicionamento na pandemia como produtora de conteúdo, ampliando ofertas de entretenimento. Em parceria com a Netflix e o canal ESPN, lançou em abril, no Brasil, a série documental Last Dance (Arremesso Final). O conteúdo, que narra a história do Chicago Bulls e de seus astros – como Scott Pippen, Denis Roadman e Michael Jordan, já é o documentário mais visto da história da Netflix. A série também foi responsável pelo aumento de 650% nas compras de itens da liga em sua loja virtual no país.
“Last Dance é um fenômeno. A gente participou ativamente do projeto, na curadoria, no storytelling, abrindo os acessos aos times, às pessoas envolvidas na época. E o produto final ficou muito bom. Quando olham para a NBA, o nosso negócio é ser uma empresa de entretenimento, é saber contar histórias. Temos grandes planos para explorar a produção de conteúdo”, ressalta Vicentini. O executivo destaca o interesse de identificar também no Brasil histórias mais próximas da torcida.
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Enquanto o afastamento social for necessário, a liga também vem experimentando o universo dos eSports com partidas do game NBA2K20 entre jogadores de diversas modalidades. Na semana passada, Courtois, goleiro do Real Madrid, encarou o atacante Sergio Agüero, do Manchester City, em uma partida virtual de basquete.