A NBCUniversal, pertencente à empresa norte-americana de TV a cabo Comcast, já anunciou o lançamento da plataforma de streaming Peacock nos Estados Unidos e Europa.
A expectativa agora é pela chegada da marca ao Brasil, que pode acirrar a disputa por um mercado em fervura máxima desde o chacoalhão dado pela Netflix, que começou alugando filmes em 1997 e dez anos depois passou a operar no streaming, mandando muitos negócios pelos ares, como a icônica Blockbuster, e provocando uma revolução no consumo de mídia.
“Por enquanto, não há planos de lançar o Peacock no Brasil, mas essa é a foto de hoje. Esse assunto é prioridade”, pontua Marcelo Scalzo, diretor-geral da NBCUniversal Brasil. Hoje, o serviço de vídeo on demand (VOD) da empresa é o Universal+, extensão dos sinais lineares do Universal TV, SYFY e Studio Universal, disponível no Globoplay + Canais Ao Vivo e plataforma Canais Globo, além de DirecTV Go e Claro Box TV.
“O Universal+ é um serviço premium e com possibilidade de entrada em outros players”, comenta Scalzo, apontando para novos negócios. Mas o executivo não acredita que o futuro da TV seja ditado pelo streaming. “O consumo é complementar”, defende.
A análise está ancorada na audiência de séries e filmes na televisão por assinatura, que cresceu 52% desde 2014, segundo releitura da pesquisa Paixões em Séries – evolução de material apurado em 2018 – feita com base em dados da Netquest, Globo e Kantar Ibope. O setor foi o que recebeu o maior investimento publicitário na TV paga em 2020, à frente de esportes e notícias. No total, foram mais de dois milhões de horas de séries assistidas no ano passado.
Scalzo lembra que o streaming demanda uma qualidade de conexão à internet ainda indisponível em todas as regiões do Brasil. De qualquer forma, a sinergia entre as atrações do Universal TV e do Universal+ ganha força. É o caso da nova minissérie Deputy, que terá pré-estreia no Universal+. “Temos esta flexibilidade de realizar pré-estreia no Universal+ e depois fazer a estreia no linear do Universal TV”, frisa Scalzo.
O canal exibe seis das dez séries mais vistas da TV paga. O carro-chefe é a franquia Chicago (Fire, Med e P.D.), seguida por Law &Order: SVU; FBI; e FBI: Most Wanted, além de Magnum P.I., The Rookie e Coroner. Identificação (69%), realidade (79%) e diversidade (85%) são os fatores determinantes na escolha de séries, cujo consumo aumentou 50% durante a pandemia da Covid-19.
O canal lidera a audiência da TV por assinatura em filmes e séries, com alta de 31% desde 2019 – a maior da categoria – e aumento de 46 minutos no tempo médio assistido por dia. Ocupa o terceiro lugar no ranking geral e está presente em 12,6 milhões de domicílios brasileiros, o que equivale a 80% da base de assinantes.