O mundo mudou bastante nos últimos 10, 15, 20 anos. Algumas pessoas se espantam até hoje com as mudanças. Outras, as mais arraigadas, aquelas mais presas a mudanças, não se acostumam de jeito nenhum. O fato é que o mundo não mudou para pior, como muitos costumam dizer por aí. Tão pouco, podemos afirmar que foi para melhor, como enxerga outra parte da população. Sem polarização. O certo, e o responsável, nesse momento, é dizermos, apenas, que o mundo mudou e está diferente, sem juízo de valor algum. E, como o legal é não criar juízo algum, vamos surfar com prazer nessa mudança.

Sem sombra de dúvidas, quem acelerou essas mudanças foram as inovações digitais e tecnológicas. Elas serviram de base para mudarmos nossos padrões mentais a respeito dos objetos, e influenciou, diretamente, e, profundamente, o comportamento humano. E continua influenciando. É um presente contínuo, como afirmou Santo Agostinho. Sem preocupações com passado e futuro. Sem regras e sem padrões.

Um processo sistêmico, onde comportamento, objeto e sujeito, estão intimamente ligados. De sujeito, muitas vezes, passamos a ser objeto, dependendo da lógica em questão. Viramos consumidores e objetos de consumo em questão de minutos ou de segundos. A comunicação, em toda as suas formas, até mesmo aquela refletida em símbolos, nunca esteve tão presente na vida das pessoas nesta nova ordem de relação com o mundo.

Vista desse olhar macro e transformadora, a comunicação foi, e é, a base, a esteira, e o caminho das inovações digitais e tecnológicas, que estão refletindo nas mudanças comportamentais do Brasil e do mundo. O mundo líquido toma seu caminho nesta comunicação, que é rápida e sem fronteiras pela sua velocidade e pelo poder de síntese das mensagens. Aliás, velocidade e síntese é  base da comunicação atual. Para comprovar isso, basta observar os novos símbolos de consumo, que não me deixam mentir. Basta entrar um pouquinho nas redes sociais e observar esse fenômeno nas nossas linhas do tempo.

Nada disso que está acontecendo é ruim e nem melhor do que antes, é apenas diferente da lógica anterior. Não vivemos mais o mundo dos objetos e sujeitos sem transformação. Não apenas é mais o mundo da informação. É o mundo da comunicação definitivamente.

Flavio Martino é sócio da Giacometti Rio