Lojas de bairro de surf, sapatos, sex shop, oficinas e o que mais a sua imaginação permitir. São os diversos nichos de mercado que têm impulsionado o crescimento do comércio eletrônico no Brasil. Afinal, qual o dono de um negócio – seja ele pequeno ou grande – que não pensa em abrir uma loja virtual? Vai chegar um tempo em que praticamente será obrigatório uma empresa ter um e-commerce para vender seus produtos. Mesmo hoje em dia, causa estranhamento quando um grande negócio ainda não tem um endereço virtual, não é mesmo?
A Webjump, silver partner da Magento – plataforma de ecommerce do eBay –, afirma que atualmente as grandes oportunidades de negócios do setor estão nos nichos de mercado. “Antigamente, só as grandes empresas faziam e-commerce. Hoje, para quem já tem uma loja física e pretende ampliar o negócio, há muitas oportunidades”, diz Ivan Bastos, cofundador da Webjump, especializada em desenvolvimento de e-commerce.
O executivo cita, por exemplo, o case da Caçula de Pneus, que praticamente inaugurou o e-commerce do setor numa época em que ainda não se pensava em vender pneus pela internet. “Criamos o e-commerce deles em 2011 e no ano seguinte foi eleito o melhor por uma rede interna da própria Magento”, conta Bastos.
Segundo dados da Caçula de Pneus, o canal online já representa 25% das vendas totais e tem ótimas perspectivas de crescimento. Para ampliar a atuação, a empresa também adotou o chamado ‘click and collect’, um serviço em que o consumidor pode comprar online e retirar na loja física. Logo no checkout da página são listadas as lojas mais próximas do CEP do consumidor e ele pode escolher retirar a compra sem custo de frete.
Atualmente, a Caçula de Pneus tem 32 lojas na Grande São Paulo, sendo que o e-commerce também trouxe novos consumidores para os pontos de venda. “O tráfego de pessoas nas lojas físicas da Caçula cresceu muito após a abertura do e-commerce”, ressalta Erick Melo, outro sócio-fundador da Webjump. Na Black Friday, o site vendeu, em apenas três dias de promoção, o correspondente a três meses de vendas.
“Eu acho que é um caminho sem volta. Seja qual for o negócio, mesmo para uma loja de calçados de bairro, é muito mais vantajoso abrir um e-commerce para aumentar a receita do que inaugurar uma loja física”, afirma Bastos. No entanto, ele lembra que um erro recorrente de muitos lojistas é que eles esquecem de que para manter um e-commerce é preciso montar uma estrutura assim como de uma loja física.
Estimativas
Para 2015, a previsão do mercado é que o comércio eletrônico brasileiro cresça entre 25% e 30%. Segundo o último relatório WebShoppers do e-bit, no primeiro semestre de 2014, o setor registrou faturamento de R$ 16 bilhões, um crescimento nominal de 26% em relação ao mesmo período de 2013. A estimativa era atingir até o final do ano uma receita de R$ 35 bilhões.
Já a Webjump declara crescimento de até 80% nos últimos dois anos. “De 2013 para 2014, a Webjump cresceu 80% e fechou com faturamento de R$ 1,5 milhão, e no ano passado faturamos R$ 1,8 milhão. Para 2015 a gente não espera o mesmo crescimento, mas estima uma meta de 40% de aumento em relação ao ano passado e ultrapassar os R$ 2 milhões”, finaliza Bastos.