O brasileiro está menos confiante na economia para gastar dinheiro. De acordo com dados da Nielsen, o nível de confiança do consumidor do país caiu sete pontos no primeiro trimestre deste ano, rebaixando o índice ao menor patamar desde 2009. Além disso, o número de brasileiros que acredita que havia recessão já nos primeiros três meses do ano aumentou para 85%, contra 73% indicados no trimestre anterior e 55% no mesmo período do ano passado.

O resultado negativo foi puxado pela percepção sobre as perspectivas futuras de trabalho, que diminuiu 10 pontos percentuais (27%) – uma nova baixa para o país, enquanto a percepção acerca das finanças pessoais diminuiu seis pontos percentuais (60%), o segundo nível mais baixo em 10 anos.

As informações foram divulgadas esta semana na última pesquisa global da Nielsen sobre Confiança do Consumidor e Intenções de Gastos, que mede as perspectivas locais de emprego, finanças pessoais e intenções de gastos imediatos entre mais de 30.000 entrevistados com acesso à Internet em 60 países.

A queda apresentada no Brasil segue a tendência do restante da América Latina e está na contramão do restante do mundo. No continente latino-americano, o índice também caiu dois pontos e atingiu a menor pontuação desde 2011. No continente, apenas Chile (87) e Argentina (75) mostraram ganhos de confiança de, respectivamente, seis e oito pontos. Apesar da queda acentuada, o índice brasileiro ainda está acima dos países, com pontuação de 88. Apenas Peru, com 99, e Colômbia, com 94, estão a frente do Brasil no estudo.

“Preocupados com o cenário econômico geral, consumidores brasileiros se tornaram mais conservadores quanto à renda disponível, reduzindo gastos fora do lar, e fazendo compras mais planejadas. Eles também estão aumentando a parte de despesas com mercearia em lojas que oferecem vantagens financeiras, como descontos, promoções e maiores volumes, e reduzindo categorias de gastos por impulso”, diz explica Ricardo Alvarenga, Especialista em Tendências de Mercado da Nielsen no Brasil.

Na contramão dos dados brasileiros e seus vizinhos, o índice se manteve estável na América do Norte (106). Já na região Ásia/Pacífico, um aumento elevou a pontuação a 107, enquanto a subida de apenas um ponto no Oriente Médio/África levou o nível de confiança a 96 na região.

Houve crescimento de um ponto no índice também na Europa. No entanto, o continente continua sendo o menos otimista em relação ao nível de consumo (77).