Empresários da área de eventos estão criando estratégias para diminuir os impactos da pandemia no setor de eventos, que sofre pela isolamento social necessário neste momento.

As incertezas e os desafios fizeram Juliana Ferraz, diretora de novos negócios da Holding Clube, e Fernando Ximenes, sócio proprietário do Parque Estaiada, avaliarem e orientarem seus parceiros.

“Não cancele seu evento. Remarque! É sobre isso que venho falando insistentemente nas minhas redes sociais e em reuniões com clientes desde que todos os eventos das próximas semanas foram caindo um por um, como em uma fileira de dominós”, conta Juliana.

A executiva defende o momento de reclusão social, mas pontua que o cancelamento de todos os eventos programados geraria um impacto gigantesco para profissionais, como artistas, fornecedores, funcionários e muitas pessoas envolvidas diretamente e indiretamente com esse mercado.

“Quando o produtor remarca, segue empregando e fazendo a economia funcionar. Quando um evento é simplesmente cancelado, a gente joga no lixo dinheiro, horas de trabalho, ideias, materiais e sonhos. Se a gente adia, a gente segue produzindo, planejando e tendo tempo para atravessar essa tempestade”, comenta.

 Juliana Ferraz, diretora de novos negócios da Holding Clube

Para Ximenes, o cancelamento e solicitação do reembolso do contrato levaria, inclusive, grandes empresas a falência. O empresário avalia que o movimento serve para o setor de eventos e para o mercado em geral. “Com esse comportamento estaremos mais fortes, confiantes e ainda mais parceiros dos nossos clientes para enfrentar a crise econômica pós pandemia. A responsabilidade das grandes empresas em adiar os eventos já pagos faz parte de uma conscientização nacional para o mercado não parar”, diz.

Diante de um cenário que estima 25% a menos no faturamento anual do setor, algumas associações estão sendo criadas para representar a classe perante o governo e buscar medidas que incentivem e apoiem o segmento. “Acreditamos que as metas serão dobradas e alcançadas. No nosso pior cenário, considerando aglomerações acima de 300 pessoas, estamos prevendo o retorno das atividades para agosto. Nosso objetivo é vender (e remarcar) todas as datas ainda disponíveis até maio. Em comparação de demanda e sendo otimista, trabalharemos no 2º semestre como se todo mês fosse dezembro”, acrescenta Ximenes.

Bob Dannenberg, Thiago Armentano e Fernando Ximenes