As gigantes de tecnologia estão ampliando seu papel social para além das conexões já conhecidas em serviços como Instagram, WhatsApp, YouTube e Twitter, entre outros. Em meio às mobilizações de grandes anunciantes para doação de valores financeiros, produtos e serviços para ajudar na contenção da pandemia da Covid-19, os principais players do mercado de digital têm adotado medidas para o fomento à segurança das pessoas, seja com conteúdos de fontes confiáveis ou fornecendo suas ferramentas de forma gratuita, entre outros materiais, para o trabalho e a educação em casa.

O Facebook Group, por exemplo, detentor das marcas Facebook, Instagram e WhatsApp, está concentrando suas ações em alguns pilares, sendo a garantia das informações de confiança como parte prioritária. Na semana passada, anunciou um investimento de US$ 100 milhões em apoio à indústria da notícia, sendo US$ 25 milhões em fundos emergenciais para notícias locais, por meio do Projeto Facebook para Jornalismo (FJP), e US$ 75 milhões em investimentos de marketing direcionados a organizações de mídia ao redor do mundo.

Bot do WhatsApp em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil orienta informações para a população

O apoio e o fomento aos meios de imprensa têm sido feitos por todos os players. O Google acaba de anunciar investimento de US$ 6,5 milhões para organzações de checagem de fatos. A ideia é contribuir para conter as fake news sobre a pandemia. Já No Google News, há uma seção em português dedicada às últimas notícias sobre a Covid-19 e o seu impacto global produzidas por veículos jornalísticos.

Além disso, o Comprova, projeto de checagem de fatos apoiado pelo Google News Initiative e composto por 24 veículos, entre eles, Folha de S.Paulo, UOL, Estadão, SBT, Band News FM etc., anunciou um novo expediente dedicado a notícias sobre a pandemia, com monitoramento de redes sociais e apps de mensagens.

O Twitter também anunciou medidas que estimulam a informação de credibilidade. Em meio à crescente disseminação de fake news e conteúdos sem comprovação científica na rede, a plataforma tem usado machine learning para monitorar, identificar e apagar sumariamente essas mensagens. Segundo informações da empresa, mais de 1,5 milhão de contas de usuários foram identificadas e penalizadas por conteúdos manipulados sobre a Covid-19.

O incentivo à solidariedade é outro pilar estratégico. O Facebook está disponibilizando para os hemocentros de todos os estados brasileiros sua ferramenta de doação de sangue. A ideia é facilitar a identificação de possíveis doadores e contribuir para o cenário de baixa nos estoques.

Segundo Conrado Leister, country managing director do Facebook e Instagram Brasil, a companhia está adotando uma série de medidas em parceria com organizações de saúde como a OMS para garantir informações precisas em seus serviços.

“No Brasil, estamos conectando as pessoas que usam o Facebook e Instagram ao site do Ministério da Saúde sobre o coronavírus, através de notificações no topo do feed e quando elas fazem uma busca sobre o tema nas plataformas”.

Também no combate à desinformação, em parceria com o Ministério da Saúde, o WhatsApp disponibilizou um canal para falar com a população com transparência. O bot de atendimento automático traz as principais orientações sobre a doença, prevenção e formas de contaminação, entre outros.

#FiqueEmCasa

O YouTube está canalizando suas contribuições na geração de conteúdos. Reforçando ações que promovem o movimento #FiqueEmCasa, a plataforma trouxe youtubers populares para lives sobre saúde mental. A ideia é trazer conteúdos e outras atividades para manter as pessoas seguras em casa em meio à pandemia. Na semana passada, nomes como Felipe Castanhari, Gabi Oliveira, Drauzio Varella e Maira Medeiros entraram ao vivo entrevistando especialistas sobre diversos temas relacionados ao bem-estar durante a quarentena.

O Google for Startups também criou um serviço parecido, voltado para micro e pequenos empreendedores. Nas Live Sessions, convidados de diversas áreas discutem os principais desafios para as startups no momento. Já foram abordados assuntos como o impacto da tecnologia na área da saúde e como manter a saúde mental e o funcionamento da equipe durante o período de quarentena.

Para o setor de propaganda, o Google disponibilizou o serviço gratuito Corona Monitor, ferramenta de insights para profissionais de marketing sobre as principais buscas dos brasileiros no Google. Segundo Thaís Brum Bernardes, head de insights e analytics para os segmentos de Bens de Consumo, Tecnologia e Governo, neste novo cenário, todos estão buscando respostas.

“Os desafios são enormes e não existe um playbook, já que o cenário muda diariamente e temos de revisar nossas decisões o tempo todo. No curto prazo, as empresas têm decisões críticas a tomar – por exemplo, como se comunicar, quais e como distribuir produtos, qual a melhor forma de apoiar seus clientes (varejistas, farmácias, revendedores, entre outros) e como ajudar os colaboradores a se ajustarem às novas condições e normas de trabalho”.

A executiva destaca que o Corona Monitor vai ao encontro às necessidades mapeadas junto às equipes de marketing e CMOs. A ideia é endereçar para “os que buscam ter mais informação para tomar rápidas e importantes decisões nesse período de incerteza”, finaliza.