Inquieto como todo criativo, Anselmo Ramos, sócio-fundador da agência Gut, não observa o atual momento de pandemia causado pelo covid-19 de braços cruzados. Ativo nas redes sociais, o publicitário tem conversado com seus seguidores e dado dicas de como o profissional de comunicação deve enfrentar e se portar neste período de crise.
“Ultimamente ando dividindo tudo o que penso nas redes sociais. É um jeito de tentar ajudar, inspirar, provocar o mercado. É claro que na agência eles me criticam, dizem que estou entregando todos nossos segredos. Mas que segredos, se ninguém sabe nada? E se ninguém sabe nada no dia a dia, imagina durante uma pandemia? É um território completamente impensável para todos nós. Quem disser que sabe exatamente o que fazer, parabéns, por favor liga pra mim. É um evento sem precedentes, além das nossas capacidades e conhecimentos. Temos que acessar o evento todo dia, e ajustar os planos a partir dos acontecimentos”, diz Ramos.
O executivo, que possui passagens por diversas agências nacionais e internacionais, acredita ainda que neste momento vamos precisar de muita informação, esperança, otimismo, distração e, até mesmo, de um pouco de humor, quando o assunto são ações e estratégias de marketing.
“O importante é não perder o foco, não esquecer o posicionamento da marca. Cada marca pode ajudar de um jeito diferente. O nosso grande desafio agora é ajudar cada cliente a navegar essa crise, ajustar o tom e encontrar a melhor ação ou mensagem nesse novo contexto. Estamos todos vivendo o melhor curso de liderança que existe”, revela.
Mas será que o mercado sairá diferente depois do novo coronavírus? Ramos afirma que o mundo nunca mais vai ser o mesmo. “Outro dia alguém estava reclamando no Twitter que não queria estar vivendo um momento histórico. Nunca mais vamos esquecer de 2020. Talvez vamos dar mais valor às coisas mais essenciais da vida. E pensar um pouco mais na comunidade e em como o mundo está muito mais conectado do que parece. Por outro lado, o ser humano tem uma tendência a voltar muito rápido à normalidade, ao conforto, ao comportamento “default”. Então assim que essa crise passar, dá pra imaginar todo mundo se abraçando, lotando bares e restaurantes, e fazendo de tudo para compensar o tempo perdido”.
O publicitário finaliza ressaltando que não dá pra prever o que vai acontecer depois que o mundo superar a pandemia. “Sinto que vamos ter uma felicidade exacerbada, mas ainda com a dor de um trauma recente. Mas realmente não dá pra prever o que vai acontecer. Temos que viver um dia atrás do outro. Lavar as mãos, praticar o distanciamento social, manter a calma, e fazer o máximo para ajudar quem mais precisa”.