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Quem trabalha há algum tempo no mercado de comunicação já conhece a vasta história de sucesso de dezenas de publicitários brasileiros das últimas gerações. Isso não significa que novo talentos não estejam surgindo em solo nacional. Pelo contrário, atualmente há muitos deles que brilham primeiro por aqui e depois voam para construir seus cases em outros países.   É o caso, por exemplo, de Carlos “Ia” Murad, diretor de criação da Leo Burnett Chicago.

Nos últimos dias o profissional entrou para uma seleta lista da Adweek dos 29 ícones criativos da nova geração que estão mantendo a publicidade “relevante, atual e fascinante”, como definem os responsáveis pela escolha (veja aqui). Ele aparece na publicação ao lado do também brasileiro Fabiano “Tatu” de Queiroz, diretor de criação da RPA e seu dupla Mike Van Linda.

Com cases como “Specimens” para o The Field Museum; “Don’t you die on me” para Samsung e “Doppelgänger Tourists” para o México Beard of Tourism, Carlos também está na lista Adweek’s Creative 100. Seu grande trunfo é utilizar a multiplicidade de referências que possui por já ter trabalhado em mercados distintos como Brasil, Portugal, na Colômbia e nos Estados Unidos.

Abaixo um papo rápido com o criativo:

De que maneira essa sua experiência diversa ajuda na criação?
Conversar com pessoas de diferentes culturas, idades e origens traz os melhores insights e as melhores ideias. Eu nunca fiquei mais de quatro anos na mesma agência. Sempre que me sentia acomodado, decidia que era hora de tentar algo novo. Isso fez com que eu tivesse mais de 10 endereços diferentes nos últimos 10 anos. Trabalhei em São Paulo, Lisboa, Bogotá, Chicago… 

Quais são os principais pontos que pautam a sua carreira e grande parte dos trabalhos que você faz?
Ter trabalhado em diferentes agências me deu habilidades específicas de cada lugar. O Brasil foi minha escola de direção de arte; Lisboa me ensinou que as ideias têm que ser simples; a Colômbia me deu habilidades de gestão e negócios; e os EUA é uma escola incrível de estratégia. 

O que, em sua concepção, é capaz de realmente inspirar as pessoas?
A possibilidade de fazer algo diferente inspira as pessoas. O medo e a insegurança acabam com qualquer ideia.

Qual é a o balanço que você faz de sua experiência trabalhando fora do país?
Ideia boa é boa em qualquer lugar. E a ideia boa não serve de nada se não for executada.

O que você faz ou tenta fazer para deixar a publicidade mais relevante, atual e fascinante, como definem os responsáveis pela escolha da lista do Adweek?
A forma como a gente consome conteúdo está mudando muito rápido e são infinitas as possibilidades. Eu tento estudar e aprender o máximo possível para não envelhecer porque o formato de agência tradicional está mudando também. E muito rápido. 

O que significa estar na lista e representar a criatividade do país em um espaço tão relevante?
Para mim, representa que estamos tentando fazer algo diferente. Adoro o fato de a lista ser multidisciplinar. Não tem gente só de propaganda, mas de diversas áreas que inspiram pessoas para a vida.