É só olhar a programação e já bate um certo F.O.M.O. (fear of missing out). Cannes Lions é assim: tem muuuuito mais coisa do que podemos acompanhar.
Temos de fazer “escolhas de Sofia” o tempo todo, indo dormir todas as noites com a certeza de que perdemos algo muito interessante.
Não bastasse o Cannes Lions of Creativity, agora tem o Health, o Innovation e o Entertainment. E a gente tem de acompanhar um número crescente de categorias sujeitas à premiação. Vai vendo: Creative Data, Creative Effectiveness, Cyber, Design, Digital Craft (novo), Direct, Entertainment (novo), Entertainment Lions for Music (novo), Film, Film Craft, Glass: The Lion for Change, Health & Wellness, Innovation, Integrated, Media, Mobile, Outdoor, Pharma, PR, Print & Publishing, Product Design, Promo & Activation, Radio e Titanium.
E tem ainda o riquíssimo conteúdo apresentado nos seminários, fóruns, workshops e Master Classes, além de outras ações paralelas como Wake up with The Economist, Chief Creatives on the Beach, Sundowners e Tour of the Work.
Mais uma vez, teremos celebridades de diversos matizes por lá. Do ator Will Smith ao chef Antony Bourdain, passando por nomes como o mágico David Copperfield; o “âncora” da CNN, Anderson Cooper; o diretor-produtor de cinema Alejandro Iñárritu; o músico veterano Iggy Pop; o cantor Usher e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, entre outras estrelas.
Sem falar logicamente das lendas vivas da propaganda mundial, que sempre desfilam pelos palcos do Palais. Também não dá para deixar de dar uma olhada nos trabalhos das shortlists.
E tem o lado menos formal do festival, mas igualmente importante: precisamos dar pelo menos uma passada nos espaços de patrocinadores, dentro e fora do Palais.
Como sabemos, o festival se estende pela praia da Croisette, pela marina, calçadão e até barcos ancorados perto do Palais.
E o que dizer das diversas atividades paralelas, promovidas por empresas que gravitam em torno do festival.
E já que não somos de ferro, tem também as happy hours no Rooftop Bar, todo fim de dia, no terraço do Palais, e as duas Galas, de abertura e de encerramento.
Quem está interessado no networking internacional que o Cannes Lions oferece basta lembrar que são mais de 10 mil inscritos, vindos de mais de 90 países.
E quem resiste a dar um rolê no Mont Saint Michel, mais conhecido pelos brasileiros como Pelouran, pela sua semelhança com o nosso Pelourinho, de Salvador.
Tem ainda as esticadas naturais a Monaco, Saint Paul de Vince, Isle Sainte Marguerite e outras cidades da belíssima Riviera Francesa.
Ao ler este texto, imagino que você deva estar pensando que a ida a Cannes, para o festival, é um programão.
E é! Mas, acredite, se você é como eu, que está mais interessado em tirar o melhor proveito profissional e de reciclagem de conhecimento que o festival proporciona, chega a ser angustiante ter tantas opções simultâneas.
Basta acompanhar a intensidade de trabalho que a galera do PROPMARK, por exemplo, se impõe ao longo da semana do festival, para ver a ralação que é cobrir um evento desse. Para mim, este ano vai ser ainda mais intenso do que o habitual.
Por intermédio de uma boa parceria com o Estadão, representante do festival no Brasil, terei a missão de coletar informações sobre as premiações e destaques de conteúdo para formatar uma apresentação, que será objeto de um road-show pós-Cannes.
Costumo dizer que ir ao Cannes Lions é uma experiência que todo profissional ligado a marketing ou comunicação precisa vivenciar.
É uma reciclagem criativa e de conhecimento que vale cada euro gasto com a viagem e o festival. Mas é também um exercício de escolhas que tira o sono de qualquer um.
Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências
de Propaganda)