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Num pais onde o ESTADO faz o que quer de seus cidadãos, a justiça se sente a vontade para fazer rigorosamente o mesmo.

E assim, uma juíza da 1ª. Vara Criminal de São Bernardo do Campo, atendendo um requerimento do Ministério Público, calou a voz, o relacionamento, e a comunicação entre 100 milhões de usuários em nosso país. Em princípio, por 48 horas.

Se esse entendimento prevalecer, daqui para frente, se as Santas Casas litigarem com a Justiça, por exemplo, poderão ser obrigadas a fechar suas portas por 48 horas. E deixarem morrer em suas portas centenas ou milhares de pessoas.

Independente do processo desruptivo que vem prevalecendo em diferentes setores de atividade, o fato é que parcela expressiva dos brasileiros com mais de 7 anos de idade comunica-se diária e permanentemente através do WhatsApp.

E essa é uma nova realidade e que como tal deve ser tratada. Independente de qualquer outra consideração, o fato sobrepõe-se pela dimensão e realidade, às filigranas e idiossincrasias da Justiça.

Mas num país onde quem pode manda e quem não pode – obedecia! – ainda testemunharemos, triste e melancolicamente, fatos como esse.

Mas só por alguns anos, meses, talvez dias.

Até quando permaneceremos submissos a um Estado corrupto e incompetente, e seus agentes empoderados e prepotentes?

Até quando a vontade contrariada de um agente da Justiça desprovido de sensibilidade e razão pode prejudicar os direitos factualmente conquistados de uma maioria quase absoluta?

 Francisco A. Madia de Souza é consultor de marketing, sócio e presidente da MadiaMundoMarketing