Você já leu The Wisdom of Crowds? É um livro do jornalista americano James Surowiecki, que defende a tese de que a agregação de informação em grupo resulta em decisões melhores do que as tomadas individualmente.
Lembrei dele quando o PROPMARK me pediu para escrever previsões sobre o marketing no Brasil e no mundo em 2016. Porque, coincidente ou sincronisticamente, a Abemd está publicando, ao mesmo tempo em que as outras 16 associações de marketing orientado por dados, o marketing diálogo, que compõem a Global DMA, os resultados da segunda edição de um estudo que ouviu mais de 3.000 profissionais de todo o mundo e que, basicamente, pediu a mesma coisa a eles.
Ou seja, em vez de oferecer um exercício de fútil arrogância de minha parte, eu teria a oportunidade de compartilhar com vocês algumas pitadas da sabedoria agregada por esses milhares de profissionais, executivos de anunciantes, de agências e outras empresas prestadoras de serviços de marketing, e de desenvolvedores de tecnologia.
Um fato me orgulha particularmente: com 523 respondentes, o Brasil foi o país que teve o maior número de executivos envolvidos com as pesquisas que formaram o estudo. Essa vitória deveu-se ao fato de a Abemd ter contado com a colaboração de outras importantes associações que também têm os dados como insumos fundamentais, como Abap, Abradi, Abrarec e IAB.
Se pudéssemos sintetizar o estudo em uma frase, diríamos que, de acordo com a opinião dos entrevistados, os dados não apenas já fazem a diferença como representam cada vez mais um pilar central do marketing, da publicidade e da experiência prática do consumidor em todo o mundo. E, em 2016, inclusive.
Quantitativamente, 81,3% disseram que dados são importantes para os seus negócios. E 93,1% disseram acreditar que eles desempenharão um papel ainda mais importante no futuro.
Outra conclusão fundamental do estudo: o consumidor é rei! As empresas, disseram os entrevistados, estão cada vez mais interessadas em se tornar “customer-centrics”, com 90,2% afirmando estarem focadas na implementação de análises preditivas e segmentação, com o objetivo de entregarem mensagens mais precisas, mais relevantes e capazes de engajar suas audiências.
Em consequência, veremos em 2016 a continuidade da migração das verbas para as atividades de marketing orientado por dados: 68,6% dos entrevistados têm a expectativa de que no ano que vem as suas empresas utilizarão mais verbas nessa direção. O estudo completo pode ser acessado no portal da Abemd.