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O que falar do SXSW que já não tenha sido falado, escrito, gravado, fotografado e largamente instagramizado, podcastizado, facebookizado e propagado como um furacão antes, durante e após a realização do evento nesses mais 32 anos de edição?

Aqui não se se fala sobre o futuro. Aqui se faz o futuro. Essa ideia de que temos o poder de construir um mundo no qual queremos viver tangencia todas as palestras e mesas de discussão no SXSW. E é poderosa porque, para construir o futuro, temos que ter um olhar atento e crítico para o mundo atual e muita coragem para mudar hoje o que importa para construir as pontes que nos levarão ao amanhã.

Assim, é muito mais sobre pensarmos hoje. Se queremos manipular nosso DNA e os limites éticos do que poderá ser editado ao invés de COMO faremos isso, já que com a tecnologia CRISPR a edição genética já pode ser feita em larga escala e a custos muitos baixos.

Assim, é muito mais sobre como conscientizamos as pessoas, hoje. Discutir como seus rastros digitais alimentam algoritmos que podem manipular nossa percepção de mundo do que sobre privacidade e leis de proteção de dados.

É muito mais sobre como preparamos as nossas crianças a viverem com segurança mental, cultivando a empatia num mundo de relações cada vez mais “desumanizadas” do que sobre os avanços da inteligência artificial no campo das reações emotivas em robôs.

Talvez, esse seja justamente o poderoso charme desse Festival: a quantidade de interpretações e reinterpretações constroem uma visão 360º do futuro, tão palpável e tão concreto, que saímos daqui inspirados e motivados a viabilizá-lo hoje.

Giani  Scarin é gerente de pesquisa e inteligência de mercado da Globosat