Segundo Laurel Wentz, editora da publicação norte-americana, os critérios para a escolha apoiam-se na contribuição da agência para o sucesso dos negócios do cliente, a busca incessante da inovação, a criatividade nas campanhas e peças por ela criadas e o seu próprio desenvolvimento como pessoa jurídica que também é.
Com cerca de três centenas de funcionários no seu 11º ano de atividades e escritórios em São Paulo, Rio, Nova York e São Francisco, a Africa ocupa o 7º lugar no ranking nacional de agências, com uma receita de R$ 2,2 bilhões em 2013, que resultou em um crescimento de 18% em relação a 2012.
Seus principais executivos são Marcio Santoro, copresidente, Sergio Gordilho, copresidente voltado para a criação, e Olívia Machado, vice-presidente administrativo-financeira.
Não se pode falar da Africa, porém, sem falar de Nizan Guanaes e Guga Valente, que pilotam o Grupo ABC ao qual ela pertence, ocupando o 19º lugar entre os grupos de comunicação de maior expressão no setor em todo o mundo e com capital 100% nacional.
Guanaes por si só se explica. Começou sua carreira de redator publicitário muito jovem ainda na Bahia, fazendo a rota dos seus conterrâneos que nela depositam suas esperanças de crescimento pessoal, profissional e empresarial: foi de Salvador para o Rio e deste para São Paulo, onde não se cansava de dizer (e deve ainda repetir) que “São Paulo é um país”.
Pois foi esse “país” que primeiro o adotou na qualidade de empresário do setor, não sem ter antes passado por outras agências aqui radicadas para completar o seu ciclo de empregado, tornando-se responsável por outros trabalhos antológicos, além dos que já havia produzido nas duas primeiras capitais.
Formado em Economia e Administração, seu ímpeto empreendedor, porém, falava mais alto. E ele foi inaugurando negócios no segmento da comunicação que falam por si.
Ambicioso, no que de mais positivo tem o vocábulo, Nizan Guanaes ampliou seus sonhos e horizontes, fazendo sucesso em Cannes não apenas com a conquista de Leões, mas usando o seu crachá já de grande empresário para mostrar ao nosso país que se pode brilhar em Cannes não apenas no palco do Palais, mas ocupando o seu frontispício com gigantescas mensagens das suas agências, o que até então não havia sido tentado por nenhuma outra agência brasileira.
Com a sua natureza inquieta e por isso sempre insatisfeita, pensou em levar uma personalidade mundial para dentro do Palais, que poderia pouco ter a ver com propaganda, mas que na verdade muito tinha a ver com comunicação.
Foi pensando assim que convidou seu já amigo internacional Bill Clinton para uma incursão em 2012 ao Palais, fazendo palestra e lançando a Clinton Global Initiative Latin America.
Na semana retrasada, Guanaes esteve em Davos, na Suíça, participando do Fórum Econômico Mundial, onde, segundo nossas fontes, falou pessoalmente com a presidente Dilma Rousseff, entregando-lhe descompromissadamente algumas ideias para uso imediato e relativas à atualidade de vários setores da governança brasileira.
Uma delas, que chegou às mãos da presidente da República antes de Davos, foi quando do sorteio das chaves da Copa do Mundo em nosso país. Sugeriu – e Dilma acatou – que ela passasse a se referir à Copa como a Copa das Copas.
Pegou.
Como todo sujeito como ele – ou quase como ele – desperta a ira de alguns concorrentes. Muitos chegaram a declarar-se seus inimigos, mas o passar do tempo mostrou-lhes – pelo menos para grande parte deles – que se tratava mais de um adversário lutando pela incrementação e valorização do negócio. Algo até parecido – guardadas as proporções a seu favor – com alguns expoentes da propaganda dos anos 60, 70, 80 e um pouco dos 90, aos quais este editorial se referiu recentemente, registrando a falta que fazem para um negócio e uma profissão que deixaram a agenda nacional, no mínimo na intensidade com que isso ocorria nas décadas acima.
Quanto a Guga Valente, é o presidente do vitorioso Grupo ABC, que, dentre as suas dezenas de responsabilidades, possui uma que não deve ser fácil: segurar o leão da África em alguns exageros do tipo que só os leões são capazes.
Nesse trabalho insano, Valente (o nome ajuda) conta com a colaboração de Olívia Machado, domadora de números.
Este editorial foi publicado na edição impressa de Nº 2485 do jornal propmark, com data de capa desta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014