Há alguns meses estava com uma dor de garganta e fui ao hospital. Tinha certeza que era uma gripe, porém o médio examinou, checou, me pediu um exame e só depois de todo o procedimento me deu o diagnóstico.
Aquilo me fez pensar se todos os atendimentos, gerentes de conta, negócios ou como a sua agência intitula tem o cuidado de examinar e seguir um processo rigoroso de diagnóstico quando um cliente chega a sua agência pedindo uma campanha.
Da mesma forma que eu tinha certeza que o meu problema era uma gripe, os clientes muitas vezes chegam às agências com a certeza de que precisam de uma campanha de mídia de performance, uma campanha para o Youtube ou até mesmo um novo site. Porém, precisamos examinar e saber acionar os especialistas corretos quando necessário.
Grande parte das vezes o cliente vai pedir a campanha de AdWords e Facebook com razão, pois são campanhas que vão gerar um ótimo resultado. Porém, como anda a performance do site? O usuário entende o formulário? Se o cliente está com problemas de performance no site você pode rodar as campanhas, porém o resultado esperado dificilmente será alcançado e ele continuará voltando sempre com a mesma “gripe”. Ou seja, pedindo mais e mais campanhas com finais parecidos. É frustrante e pouco inteligente não usar todas as expertises de sua agência.
As agências digitais hoje possuem áreas de especialização que podem enriquecer muito os estudos realizados e os resultados alcançados. Para isso, a abertura e a confiança são muito importantes. Você já pensou em quanto sua campanha poderia ganhar com um novo formulário de leads? O seu e-commerce com o cadastro do checkout usando dados do Facebook? Essas são as observações mais óbvias, mas com análises encontramos oportunidades não tão óbvias – como um vídeo que na página de produto converte mais, mas não performa em todos dispositivos – e assim vão longe as análises e testes possíveis.
Obviamente devemos fazer exames durante o tratamento, assim o médico consegue avaliar a efetividade do mesmo. Mas, e se não estamos gripados nem doentes? Como fazemos o acompanhamento? Vamos ao médico com frequência? Vamos uma vez por ano e fazemos exames de rotina, preventivos e só. Esse caso é o do cliente que já está na agência, na rotina de trabalho, no dia a dia. Com ele também devemos ter um processo de diagnóstico recorrente, buscando cada vez mais oportunidades de negócios. O preventivo ajuda a identificarmos problemas antes que se tornem grandes e fazermos o que a concorrência ainda não está colocando em prática.
Um bom exemplo disso é uma queda do CTR (Click-Through Rate) de uma campanha que, identificado e analisado rapidamente, pode gerar uma melhor manutenção de campanha ao trocar peças ou segmentação.
Aproveitando esse exemplo, devemos ter em mente que com a velocidade em que tudo muda no digital os processos de acompanhamento e diagnóstico precisam de agilidade e periodicidade curta para uma efetividade relevante e, assim, alcançar os melhores resultados.
Podemos aprender muito com a disciplina e cuidado dos médicos com os procedimentos e diagnósticos, pois os seguindo tenho certeza que teremos clientes com resultados sempre saudáveis, e contas que aproveitam toda expertise de suas agências.
E sabe aquela “gripe” que eu tinha certeza, afinal me conheço como ninguém? Ainda bem que tenho um ótimo médico. Ele logo descobriu que o que eu tinha era um pouco pior que uma simples gripe. Mas, graças a Deus – e, claro, ao doutor – já está tudo sob controle.
Raphael Penna é gerente de Business Intelligence da Jüssi