Em dezembro de 1967, nasceu a ideia do Prêmio Colunistas. Um mês foi necessário para elaborar um regulamento, responsabilidade que ficou a cargo de Fernando Reis, e realizar a primeira escolha dos melhores da propaganda, entre mais de uma centena de peças inscritas por agências de propaganda de São Paulo.
O primeiro júri foi formado pelos idealizadores do prêmio, os colunistas de propaganda e marketing Armando Ferrentini, Cicero Silveira e Eloy Simões. E o que eles premiaram?
Antes de responder a essa pergunta, cabe esclarecer que o regulamento previa medalhas de ouro, prata e bronze e menções honrosas, uma espécie de diploma de finalista. O júri concedeu sete ouros, cinco pratas, seis bronzes e seis menções, ao todo 24 prêmios, além do Destaque do Ano (Ida de Júlio Cosi, para a Alcântara Machado) e dos Grandes Prêmios de Agência do Ano (MPM), Liderança publicitária (Mauro Salles), Publicitário do Ano (Petrônio Corrêa) e mais o Fato do Ano (a fusão Mauro Salles-Interamericana) e o Exemplo do Ano (Revista Quem é Quem, da editora Visão).
Mas, vamos aos trabalhos. Nenhuma medalha de ouro foi conferida para a MPM, que também não obteve nenhuma de prata e nenhuma de bronze, sequer menção honrosa, caracterizando que a sua escolha como Agência do Ano se dera exclusivamente pela sua performance empresarial, o meteórico crescimento de uma agência regional que nesse ano de 1967 já se permitia liderar o ranking de maior faturamento e conquistara 16 clientes no dito exercício. Chama a atenção na premiação a exclusão da mídia impressa, proposital, ou, quem sabe, pelo fato de os organizadores entenderem que a categoria Campanha, de alguma forma, contemplava a mídia de jornais ou revistas.
Eram sete as categorias, cinco de mídia e duas promocionais: Melhor Campanha, Melhor Filme, Melhor Outdoor, Melhor Jingle, Melhor Anúncio Publicado na Revista Propaganda, Melhor Cartaz de Ponto de Venda e Melhor Cartão de Natal. Entre os premiados, destacamos alguns nomes: primeiro, Roberto Duailibi, que conquistava, em parceria com Jarbas José de Souza e Carlos Fernandes, uma menção honrosa com a campanha do reflorestamento, criada pela Standard para a CNP. Ao receber o prêmio na solenidade realizada em fins de janeiro na sede da APP, Duailibi já pensava na DPZ, fundada alguns meses depois.
Carlitos Maia é outro nome em evidência. No primeiro Colunistas, conquistou para a Norton uma medalha de ouro e uma menção honrosa, ambas na categoria Cartão de Natal. A primeira com uma Bíblia em miniatura, de 1,5 polegada, brinde da agência para o mercado; a segunda, com um cartão-disco da imobiliária Clineu Rocha com música inédita, especialmente gravada por encomenda por Chico Buarque de Hollanda. Dez anos depois da premiação, Maia subiu ao palco para receber, desta feita, o troféu de Publicitário do Ano.
Neil Ferreira também despontou nesta primeira versão do Prêmio Colunistas, conquistando uma medalha de prata com um outdoor criado em parceria com Licínio de Almeida para Rodiella, cliente da Standard. A Standard foi um dos destaques da premiação, junto com a Norton, a P. A Nascimento e, em especial, a Alcântara Machado, que nos privou de conhecer os criativos, por conta de um capricho de se inscrever na premiação, e assim fez durante alguns anos, creditando os trabalhos à “equipe”.
Em todo caso, nove agências subiram ao palco da APP, perante uma plateia qualificada, nesta primeira versão do Colunistas, que premiou a MPM, Mauro Salles-Interamericana, P.A. Nascimento-Acar, Panam, Grupo Oito, Mcann-Erickson, Norton, Standard e Publitec. Com exceção da McCann, nenhuma sobreviveu para celebrar os 50 anos da premiação.