Nos últimos anos, a palavra “propósito” passou a integrar os discursos das marcas, além de ganhar espaço no vocabulário de pessoas comuns e empreendedores que estão buscando uma missão especial para os seus negócios. O conceito originado da palavra é frequentemente interpretado como algo inspiracional, uma frase bonita que acompanha os elementos de marca. Mas afinal, o que o propósito de uma empresa pode fazer pelo bem-estar social?

Com a chegada da Covid-19, o que antes parecia até um pouco irreal, ganhou ainda mais sentido e ações práticas que comprovam os desejos de uma instituição em fazer a diferença. Basta uma busca rápida na internet para encontrar matérias na mídia sobre organizações que passaram a exercer e desenvolver seus papéis sociais. A cultura das doações implementada durante a crise movimentou mais de R$7 bilhões de acordo com a Central de Transparência criada pelo GIFE e a ABCR. Outro dado importante é que 65% dos consumidores confiavam que as empresas seriam eficazes no combate à pandemia, segundo o Trust Barometer, estudo realizado pela Edelman em março de 2020.

Sabemos que o processo de colocar o propósito em prática perante uma pandemia sem precedentes não é fácil. Para exercê-lo, é necessário entender como suas ações impactam todos os seus públicos e para isso, utiliza-se uma das bases das teorias de Relações Públicas: o conceito de mapeamento. De forma extremamente simplificada, uma organização pode ter de sete a nove públicos diferentes, que vão dos colaboradores às instituições do Terceiro Setor, a comunidade local e as esferas do governo. Com todos devidamente mapeados, é preciso responder alguns questionamentos: como ajudar os clientes impactados pelo cenário e como gerar valor durante esse processo? De que forma a comunidade local poderia ser beneficiada com os produtos e serviços oferecidos? Quais são os desafios das ONGs e instituições públicas com a pandemia? A fórmula para se chegar à resposta é combinar o que a organização faz, a essência de seu propósito, o público impactado e como adaptar ao cenário.

Vale lembrar também neste momento a expectativa dos clientes e suas preocupações sobre o que as empresas farão no pós-pandemia. Exercer o propósito não é apenas necessário durante emergências sociais e sim uma construção de longo prazo. A pandemia passará, mas os ensinamentos que a crise proporcionou precisam ser considerados nas ações futuras.

E por falar em futuro, a nova geração de consumidores é movida por propósitos reais e esperam que as marcas dialoguem e ajam de forma proativa para resolver os principais problemas sociais e ambientais. Para eles, o seu produto é só mais um entre tantos outros. O que a empresa faz pelo mundo, não. Já pensou como a sua marca pode exercer seu propósito e ajudar a sociedade hoje?

Thais Lima, Relações Públicas da Printi