Quando criança, eu frequentemente me perdia de meus pais em lugares como parques e shopping centers, principalmente locais com muitas pessoas.
Eu me distraía facilmente com todo tipo de coisas: uma outra criança, uma mulher com roupas diferentes, um menino tomando um sorvete que eu nunca tinha visto.
A minha curiosidade inata me atraía para esses estímulos e, na primeira brecha, lá ia eu tentar entender o que era aquilo. Quando me encontravam, eu estava na maior tranquilidade, só observando e conhecendo melhor as novidades à minha volta, aberta a aventuras.
O novo e o desconhecido sempre me fascinaram. Nos anos 1980, adorava os programas de Jacques Cousteau sobre o fundo do mar. Aquele mundo tão vasto e maravilhoso do qual eu só conhecia a superfície me encantava. Quando fiquei mais velha e tive oportunidade, fiz cursos de mergulho para tentar viver um pouco daquilo que eu queria tanto experimentar.
Ainda criança, eu adorava o céu estrelado e a perspectiva de que havia vários mundos diferentes espalhados pela nossa e em outras galáxias.
Tinha livros de astronomia e uma vez até arrastei duas amigas para fazer um curso de astronomia para crianças que era ministrado no Planetário de São Paulo.
Cresci com esse senso de querer descobrir como funcionavam as coisas e desvendar o mundo à minha volta. Por isso, sempre devorei livros, revistas e artigos de todos os tipos – desde biografias de astros do rock, livros de ficção científica, romances contemporâneos e históricos, até revistas de negócios, viagem e moda.
As escolhas do jornalismo como formação e de relações públicas como carreira são fruto desse interesse dinâmico que tenho. A curiosidade me leva a descobrir e aprender, e tudo isso acaba virando um repertório importante para o meu dia a dia de trabalho, que demanda soluções criativas para problemas, além de estratégias de comunicação efetivas.
O trabalho em uma agência demanda muita criatividade e me expõe a uma variedade grande de clientes, temas e segmentos de mercado, o que acaba sendo combustível para minha incessante busca pelo conhecimento.
Estar aberta a aprender e ter novas experiências até hoje me leva a viajar e a fazer cursos. Já morei em outros países duas vezes e senti que isso desenvolveu uma habilidade de entender o lado do outro e ampliou minha visão sobre como vivemos.
Essa gama rica de experiências me ajuda a entender melhor pelo que passam meus clientes e me inspira a pensar em soluções inusitadas e não ter medo de sugerir novos caminhos.
Penso que uma boa estratégia de relações públicas sempre começa com insights que derivam do conhecimento. Toda vez que tenho um novo planejamento, minha curiosidade voraz desperta e me ajuda a ter sempre uma gama de propostas e ideias, não só minhas, mas que também descubro com o meu time e os meus colegas.
E a inspiração para ideias e ações acaba vindo das experiências e do repertório de conhecimentos da área ou aleatórios. Tudo o que vivo, faço, leio, vejo e ouço se mistura dentro de mim e vira uma biblioteca interminável de referências que me inspiram
a criar.
Já desenvolvi uma estratégia de cliente baseada em um artigo da Vogue, assim como já vi uma ideia de ativação surgir de uma festa de criança. Também aprendo muito com a minha equipe e articulo da melhor forma as ideias que me apresentam para que atinjam os objetivos daquele determinado plano ou ação.
Por mais que já tenha muitos anos de carreira e muita bagagem, o mais legal é que eu sigo aprendendo coisas novas todo dia com meu trabalho, minha equipe e meus pares, e isso é o que mais me motiva a seguir em frente.
Carla Meneghini é vice-presidente da expertise de consumo da BCW Brasil