Eu gostaria de começar esse texto com um pensamento arrebatador vindo de um grande filósofo, de alguma grande obra literária, uma marcante passagem cinematográfica, ou até mesmo de alguma história incrível que vivi.
Mas a verdade é que a mensagem que não sai da minha cabeça nos últimos dias veio do título de um e-mail marketing em que o título era: existem três coisas que nunca voltam: o tempo, a palavra e uma oportunidade!
Claro que a frase de efeito era para a compra de um produto que eu já não lembro mais. Mas o fato era que a frase me pegou de supetão, como na hora em que ouvi pela primeira vez o álbum Black do Metallica. Eu falava comigo mesmo: uau isso é incrível!
Fiquei com aquela mensagem na cabeça e pensei: será mesmo que o tempo, a palavra e uma oportunidade, nunca mais voltam?
Tenho uma vida corrida em que trabalho 14 horas por dia, num dia tranquilo.
Sou empregado, chefe, pai, marido, filho, irmão, parente, amigo, um mero conhecido, mas, acima de tudo, sou Fernando Mendes 24 horas!
Somos tantos em um só dia que desde cedo aprendi que, para não perder minha essência, sempre busquei ter um tempo só pra mim e não importa como: seja correndo (não na academia senhores, na rua ao ar livre, please), peregrinando, tocando violão (bem mal por sinal) ou simplesmente meditando: comigo mesmo ou com Deus; ouvindo música indiana ou The Who.
A verdade é que não importa como. O tempo que oferecemos ao mundo define nossa forma de viver. É preciso equilibrar.
Só com o tempo a gente aprende o poder da palavra.
E é na construção das relações humanas, mesmo em um mundo tão digital, que a gente compreende o poder de um não, ou de um sim.
De uma resposta mal-educada a uma sutil gentileza.
Particularmente, nunca aprendi tanto o significado de uma palavra depois de me tornar marido e pai.
Isso porque depois que você descobre o poder de fazer alguém feliz após algumas palavras ditas, isso muda você.
“Cada escolha, uma renúncia, essa é a vida”, já dizia Chorão, da banda Charlie Brown Jr.
E a verdade é que não sei se tem como ser diferente. Quando era mais novo, pensei em ser muitas coisas: jogador de futebol, ator, músico, desenhista.
Em todos esses devaneios, vivenciei cada qual ao seu momento, a busca do novo, o medo de errar, a satisfação de uma conquista, a frustração de não alcançar um objetivo.
Não estava preocupado com o sucesso, com o dinheiro, ou com o fim. Estava preocupado com a jornada, em aproveitar cada oportunidade para aprender, ouvir e compartilhar experiências com as pessoas que convivi.
Desde muito cedo comecei a trabalhar com meu pai em sua lanchonete, aprendia com cada cliente daquele balcão e ouvi cada história que eles tinham para me contar.
Eu poderia me fazer de surdo, mas escolhi estar ali presente, disposto e disponível.
Carreguei essa forma de enxergar a vida em todas as minhas relações, pois oportunidades são feitas de pessoas disponíveis em oferecer tempo e palavra.
Conectar pessoas é o que julgo de mais excitante na área da comunicação e, como executivo de marketing, entendo que isso é a essência dessa profissão.
A inspiração vem da onde menos se espera, basta estar aberto às possibilidades.