Aprender ao experimentar é o que move o mundo (Reprodução)

O que me inspira?

O que me inspira é o novo.

Mas não o novo vestido do clichê da necessidade desesperada por inovação, não.

O novo que eu falo é o novo das inúmeras possibilidades.

O novo da página em branco, do não saber o que vai acontecer ao se tentar algo.

É aí que mora a minha paixão por um verbo: experimentar.
Experiência pode ser muitas coisas: senioridade, a palavra da moda – já passou?

Acho que sim – dos marketeiros, um experimento científico no qual você testa uma hipótese ou o ato de criar e tentar uma coisa nova pela primeira vez (e, com sorte, aprender algo com isso).

Aprender ao experimentar é o que move o mundo.
Desde o bebê tentando entender que aquela mão é dele mesmo ao enfiá-la na boca.

Até a mais complexa e inédita experiência de marca com narrativa gamificada, XR geotaggead com objetos trackeados, amplificação digital com awareness de marca e KPIs claros de quanto o sujeito se maravilhou e aprendeu através dessa vivência.

Estamos falando da mesma coisa.

Pra isso é preciso uma dose de ousadia, porque o inédito é complicado, é desobediente e às vezes custa a chegar do jeito que queremos.

Esse jeito (a.k.a. mindset) eu tento levar pra tudo na vida, inclusive na composição do meu time.

Pra criação da V3A eu busco sempre pessoas de outros mercados, com quem eu possa aprender.

Na real eu não dirijo a criação, é ela quem me leva.
Por isso eu criei esse nome de “curador de ideias”.

Um curador não é mais talentoso que o artista da exposição, assim como eu não sou melhor planner, redator ou diretor de arte que ninguém do meu time.

A verdade é que eu tenho pouco, ou quase nada, pra ensinar pra eles.
“Se virem, galera! Vão ler! Aprendam coisas e venham me mostrar! Rsrs.”

Eu, assim como o curador da exposição, só consigo ter uma visão maior da narrativa como um todo para que a “experiência” (hahaha, olha ela de novo) vivida por quem passar por nossos projetos tenha sempre esse lado meio pirata, meio ousado e, sempre que possível, memorável, tanto pra ela quanto pra marca que quis contar essa história.

Esse papo de como o novo me inspira me lembra de um episódio há uns anos.

Eu estava todo feliz no metrô com um LP raro do Cartola que tinha conseguido num sebo.

Olhei em volta e vi três adolescentes no Pokémon Go.
Eu já conhecia o game, já sacava bastante de realidade aumentada e só achei bobo o jeito deles.

Aí olhei pra mim com a minha mídia do século passado, percebi que o bobo era eu e resolvi experimentar, de cabeça, sempre.

Cheguei em casa todo animado e liguei desesperado pro meu afilhado adolescente pra descobrir quando o meu charmander evoluiria finalmente pra Charizard.

O LP do Cartola passa bem, obrigado.

Já o Pokemón Go eu parei, ficou velho.

Leo Martinez é curador de ideias e diretor de criação da V3A