1. Com a obrigatoriedade contratual de Roberto Duailibi, Francesc Petit e José Zaragoza deixarem a DPZ no 31 de dezembro vindouro, a alta direção do Grupo Publicis no Brasil analisa, juntamente com o comando do conglomerado em Paris, algumas possibilidades de destino para essa grande marca de agência de publicidade que fez e prossegue fazendo história no seu segmento de atuação.

Segundo nossas fontes, exclui-se qualquer possibilidade a fusão da mesma com a agência Publicis, presidida por Orlando Marques.

Mas pode ocorrer a fusão da DPZ com a F/Nazca Saatchi & Saatchi, entrando ou não nessa alternativa a Taterka, como também pode ocorrer a fusão da DPZ com a Talent, uma possibilidade menor.

Não seria, ainda, de todo inviável que tudo permaneça como está, pelo menos durante todo o ano de 2014.

Como se vê, a imprensa do trade não pode adivinhar o que os próprios mandatários do Grupo Publicis ainda não decidiram.

2. A elogiável novidade da semana será o lançamento da Corpora, durante almoço dos seus dirigentes com a imprensa, na próxima quinta, 9. Eles possuem longa tradição no mercado (Dalton Pastore, Luiz Lara e José Victor Oliva, além da pessoa jurídica da TBWA, todos com 25% de cotas no capital social da nova empresa) e juntam suas forças buscando ampliar o conceito de economia criativa.

Para tanto, a Corpora desenvolverá estudos para os seus clientes que ainda não chegaram, oferecendo ações e soluções de inteligência para os mesmos, quaisquer que sejam seus problemas.

O desafio, nada fácil, está lançado, com o aproveitamento hoje das novas formas de elaborar e oferecer produtos e serviços ao mercado.

Tendo em vista a vida profissional dos três sócios pessoas físicas da Corpora, além do trabalho desenvolvido pela TBWA em todo o planeta, não é difícil imaginar que os aconselhamentos aos seus futuros clientes terão um forte viés na comunicação do marketing.

Porém, os três sócios pessoas físicas querem mais: pretendem emprestar todo o seu cabedal de conhecimento adquirido ao longo dos anos junto aos diversos clientes que serviram e ainda servem (casos de Lara e Oliva, além da própria TBWA), para tornar mais fácil e lucrativa a atividade daqueles que lhes confiarem uma boa parte do seu próprio destino.

Se o leitor julga que a Corpora é mais uma consultoria empresarial, está enganado, garantem seus sócios. Ela vai muito além disso, ultrapassando mesmo os limites de qualquer parceiro que viesse a se juntar a quem deles estiver precisando.

3. Por que os políticos preferem a TV para se comunicar com as massas? Dentro do debate cada vez mais forte que se trava entre a rainha das mídias tradicionais e o universo ainda recente das mídias digitais, a pergunta tem cabimento. As respostas, porém, variam. Pode-se começar pelo limitado registro de acesso da população de baixa renda às novas plataformas. Pode-se, também, argumentar que a definição formal das mensagens e seus personagens é mais bem reproduzida pelo vídeo da TV. E assim, de pode-se em pode-se, pode-se redigir uma tese sobre a questão.

O que ressalta, porém, é a argúcia da classe política, onde não há ingênuos, respeitando a TV sobre qualquer outro tipo de mídia. Daí a valorização que a alguns soa como exagerada, do horário eleitoral gratuito na TV (e também no rádio, mas em menor escala).

Eles sabem, por instinto próprio, que a TV cala mais fundo, leva o recado de forma mais propícia e trabalha em prol de quem melhor usá-la nos dias que precedem a escolha dos eleitores.

Não é por outro motivo que os partidos políticos se somam em parcerias que nem sempre condizem com os seus ideários, porém em busca de maior exposição na maior das mídias.

Em um simples esforço de imaginação, e guardadas as devidas proporções de objetivos, o mesmo prossegue ocorrendo no mercado de produtos e serviços, onde os anunciantes sabem qual a mídia de maior penetração junto aos seus públicos.

Ainda teremos um dia sem TV, a demonstrar como é grande a sua importância, acima de todas as demais formas de mídia.

4. Grandes atrações do Fiap, comemorando 44 anos e pela segunda vez sendo realizado em Miami (veja cobertura nesta edição do propmark), foram as palestras de Erh Ray e Martin Sorrell, que discorreu sobre o reino unido do Grupo WPP e sua influência no planeta.

Enquanto Ray era um convidado específico do Fiap, Sir Sorrell comparecia atendendo a um chamamento da AHAA, entidade que congrega agências do mundo latino.

Ambos souberam valorizar seu tempo de apresentação, Ray falando jocosamente sobre não querer ficar velho em um mundo que se renova a cada instante e Sorrell – cuja origem profissional não é publicitária – demonstrando a importância de ser global do ponto de vista empresarial em um mundo cada vez mais global.

5. A grande estrela do Fiap, porém, foi a AlmapBBDO, eleita a Agência do Ano do Festival, por qualquer método de cálculo que se queira aplicar dentre todas concorrentes.

Se a performance dessa grande agência brasileira não mais surpreende os analistas, sua perseverança em manter a liderança criativa, em qualquer tipo de julgamento que ocorra e com ela participando, merece todos os elogios.

Ao longo dos anos, a AlmapBBDO tem sido uma bússola apontando o norte criativo da atividade e com isso valorizando o esforço em prol da boa comunicação do marketing.

Quem participa de júris onde a AlmapBBDO concorre, sabe que uma das suas diferenças não é apresentar algo bom dentre o muito comum. Seu trabalho é sempre direcionado para produzir o bom, mantendo razoável distanciamento do comum e com isso alcançando com frequência o ótimo.

Este editorial foi publicado na edição impressa de Nº 2447 do jornal propmark, com data de capa desta segunda-feira, 6 de maio de 2013