Para uma agência ser bem-sucedida é essencial que ela deixe sua cultura bem explícita. No caso da Ogilvy, envolve aspectos como a sua história e o posicionamento global Makes Brands Matter. É o que o executivo Luiz Fernando Musa, presidente da Ogilvy Brasil, pensa e articula. Em sua opinião, essa máquina só gira por meio de pessoas qualificadas. Nos últimos 18 meses a métrica foi investir na formação de um time que participa da transformação, mas com opinião, conhecimento, agilidade e criatividade. O board tem 15 mulheres, entre as quais a executiva Karina Ribeiro, que acumula as funções de novos negócios com a de CMO. “Fazemos a diferença com criatividade”, resume Musa. Confira a sua entrevista.

PROJETO
A Ogilvy no Brasil tem um time de lideranças formado nos últimos 18 meses com papéis e backgrounds diferentes, mas que se somam. No ano passado, chegou ao time a Leticia Arslanian como chief growth. Ela, que estava na operação da Geometry Rio, olha o desenvolvimento dos clientes e observa possibilidades de crescimento para ambos os lados. Isso envolve eficiência no delivery, por isso a chegada da Aline Veríssimo para coordenar a eficiência da nossa estrutura. Temos ainda o Andre Gramorelli, que fez uma transição muito importante na mídia, afinal ele estava há quatro anos no Facebook, onde ajudou a lançar o Instagram. Nosso projeto envolve pessoas. E essas lideranças integram o board da agência, do planejamento ao atendimento, dos dados à criação. Até o RH está envolvido na gestão do negócio. No ano passado, a rede adotou o posicionamento Makes Brands Matter e teve a chegada do John Seifert, como CEO global. Com isso, é imprescindível ter um time multidisciplinar.

BRAND
Agregamos a comunicação da agência à área de New Business, que é comandada pela Karina Ribeiro. Na verdade, ela será a CMO da Ogilvy no país, com a missão de cuidar da imagem corporativa para fora. Essa divisão de negócios liderou as conquistas da cerveja Schin, Safra, BMW e HBO. A ideia é inovar com consistência. No fim do dia, o trabalho que vai para a rua é que conta. Transformação exige agilidade.

CONSULTING
É uma verdade. Começamos há dois anos com a Alessandra Dalbianco e o Sergio Augusto na liderança. Estamos à frente do processo de transformação digital dentro da BMW, que envolve a entrega de tecnologia, de CRM e a integração do fabricante com as concessionárias. A Epson é outra marca que a Consulting está ajudando no CRM, ou seja, todo o relacionamento com o time de vendas. Estamos crescendo muito na Nestlé, com os programas de consultoria na área nutricional. Recentemente abrimos uma unidade no Rio exclusiva para o e-commerce da Coca-Cola. Estamos buscando estar presentes na transformação dos clientes, afinal a transição não envolve apenas a indústria da propaganda, mas todos vetores de geração de negócios.

DIFERENÇA
A agência tem mão na execução. As consultorias clássicas não. Elas se limitam a estratégia e concepção. A execução está no DNA da agência e isso permite uma integração mais fácil desses dois mundos. E tem um lado fundamental: a criatividade. Seja qual for o direcionamento, principalmente nesse momento de transformação. Uma boa ideia é o que transforma.

PERFORMANCE
Olhamos para Ogilvy como uma empresa que está do lado do cliente e tendo em vista a comunicação holística. Isso significa dar importância às marcas com ferramentas. Mas a principal delas são as lideranças com perfis diferentes.

PRODUTO
Vendemos proximidade com o cliente. Os times são muito dedicados. Esse é o compromisso. Falamos o que pensamos, mas discutimos com os clientes para dar respostas seguras. Começamos há um ano com Adidas na área de performance. Depois realizamos experiências no Lollapalooza, Copa América etc. Confiança na relação se constrói no dia a dia. O que uma empresa quer e procura são fornecedores com opinião. E a Ogilvy tem. Além disso é uma agência comprometida, transparente e consciente de que errar envolve a agência e o cliente.

MODELO
Não há mais fórmulas. Nosso content studio funciona internamente, mas também está instalado em alguns clientes. Precisamos ter o desapego de modelos. O cenário ideal é entender os desafios que uma empresa tem. O que deve ser sólido na agência é a sua cultura.