A Ogilvy foi o principal destaque do Cannes Preview 2013, evento realizado pelo Estadão – representante brasileiro do Cannes Lions – e promovido pela PS Carneiro, com apoio de ESPM e propmark, para destacar alguns dos trabalhos brasileiros com maiores chances a Leão na 60ª edição do festival, que acontece de 16 a 22 de junho na Riviera Francesa. Durante a apresentação do material no hotel Renaissance, em São Paulo, a agência viu dois de seus trabalhos liderarem as duas divisões do evento: a de cases e a de comerciais.
“Retratos da real beleza”, campanha global criada para Dove, foi a mais bem avaliada entre os cases apresentados, com média de 8,31 de um total de 9 pontos possíveis. O trabalho ficou à frente de “Torcedor imortal”, também da Ogilvy para o Sport Club Recife, com 8,27 pontos; e de “Loja vazia”, da Loducca para o Governo do Estado de São Paulo, com 7,86.
Entre os comerciais, “O espetacular homem GIF”, da Ogilvy para Flying Horse, com produção da Zohar e direção de cena da dupla Tomat, foi o de maior pontuação, chegando a 7,45 pontos. “Inconveniente”, da DM9DDB para o Hot Pocket Sadia, ficou em segundo com 7,41; e “Alma”, da F/Nazca S&S para Leica, em terceiro com 7,39. Concorreram cerca de 30 cases e 30 comerciais, indicados pelas agências e profissionais que participarão do Cannes Lions 2013.
“Este evento é praticamente a abertura do Cannes Lions. Daqui dá para ver muitos dos principais profissionais do mercado, assim como também muitos futuros premiados e futuros jurados do festival”, declarou Rogério Gabriel Comprido, diretor de mercado anunciante do Estadão, destacando a presença de grandes nomes das agências e anunciantes brasileiros juntamente com um auditório repleto de estudantes de publicidade e comunicação. “É uma forma de se aproximar dos alunos e levar a realidade do mercado para dentro da escola, com ideias que podem inspirar esses alunos em seu caminho para se tornar grandes profissionais”, acrescentou Paulo André Bione, coordenador da Miami Ad/School.
Jurados
O Cannes Preview 2013 também reuniu quatro dos 17 jurados brasileiros que participarão da edição deste ano do Cannes Lions para analisar as tendências do festival e das áreas das quais participarão do processo de avaliação. O talk show foi comandado por Marcello Queiroz, diretor de redação do propmark, e por Fernando Scheller, repórter do Estadão.
Mário D’Andrea, sócio e CCO da Fischer & Friends, abordou a evolução do Brasil em Promo & Activation, da qual integra o time de jurados. “Promo exige uma grande ideia, claro, mas também produção. Porém, não demanda necessariamente um grande investimento, nem de tempo, nem de dinheiro. Acho que o Brasil tem aproveitado isso e as empresas têm entendido que a ativação é uma forma efetiva de colocar em prática o discurso feito na mídia. Com a internet, aliás, mesmo essa ativação pode se transformar em mídia, amplificando aquela ação pontual”, conceituou.
Moacyr Netto, diretor de criação e convergência da NBS e também jurado em Promo & Activation, falou dos desafios da marca em realizar uma estratégia de ativação, sobretudo pela falta de controle total da situação, na maioria dos casos. “Quando fazemos uma ação desse tipo, tempos pouco controle do que vai acontecer. Vai um pouco de quanto a marca está disposta a colocar em prova aquilo que ela tem de valor. Essa ‘imperfeição’ da categoria deixa ela muitas vezes mais interessante e, felizmente, vemos algumas marcas no Brasil topando esse desafio”.
Outro jurado brasileiro que participou do Cannes Preview foi Michel Lent, diretor de criação da Pereira & O’Dell, que se dedicará ao julgamento de Mobile Lions. Para o profissional, a área guarda grande espaço para surpresas, especialmente por ainda ser recente. “Mobile é um desdobramento de Cyber, que ganha cada vez mais importância. Por estar apenas em seu segundo ano em 2013, ainda há espaço para a criação de novos formatos, além de oferecer margem para premiar ideias simples e inéditas”.
Finalizando o talk show, João Livi, diretor-geral de criação da Talent – vencedor do Grand Prix de Radio Lions em 2012 e jurado da área neste ano –, ressaltou que é a inovação deve ser independente da tecnologia. “Acho que dá para ser inovador em mídias tradicionais e ser chato em novas mídias. Uma parte é o que a tecnologia te dá, mas a maior parte é como você explora isso de forma positiva. Acredito no que os americanos chamam de ‘ideia agnóstica de mídia’, que não tem uma restrição religiosa com nenhum meio”, analisou. “O Brasil tem feito coisas muito interessantes e inovando na maneira de pensar, o que tem muito a ver com o bom momento que o país está passando”, completou.